Depois de 11 horas de julgamento, Maurício Dickmann foi condenado a 21 anos de prisão pela morte da esposa, Simone Dickmann. O júri entendeu que o réu cometeu homicídio triplamente qualificado. A decisão foi anunciada pouco depois das 20h.
Continua depois da publicidade
O promotor Odair Tramontin disse que já esperava a punição de Dickmann e afirmou que as provas eram suficientes para condená-lo:
– Tínhamos provas fortes de que ele praticou o crime com requintes de crueldade, sendo frio e calculista.
O advogado de Maurício, Jaison da Silva, confirmou que deve recorrer da sentença ainda nesta sexta-feira. Ele alega que as provas não eram suficientes para condenar seu cliente e cogita pedir até a anulação do julgamento.
Continua depois da publicidade
Saiba mais
>> Polícia Civil investiga morte de mulher que teria sido envenenada pelo marido em Pomerode
>> Corpo de mulher morta por suposto envenenamento será exumado em Pomerode
>> Ministério Público de Pomerode denúncia homem suspeito de envenenar a esposa
>> Começa júri popular de homem acusado de envenenar a esposa em Pomerode
>> Julgamento em Pomerode deve se estender até a noite desta quinta-feira
O réu entrou na sala do júri por volta das 9h e foi levado à frente da juíza Camila Murara Nicoletti, quando foi liberado das algemas. A primeira testemunha a depor foi o médico José Antônio Aguilar, responsável por tratar a massoterapeuta Simone Dickmann, 35, em seus últimos dias de vida. Ele foi questionado e descreveu aos presentes o estado clínico da vítima dias antes de sua morte.
A sessão teve um intervalo às 12h30min, horário destinado ao almoço de todos os participantes. Nesse momento, o réu foi levado sob a custódia da Polícia Militar (PM), que permaneceu todo o tempo no júri. Nem os familiares da vítima como os do réu quiseram falar à reportagem do Santa.
Entenda o caso
2010
– Em setembro Maurício Dickmann faz um seguro de vida para a esposa, Simone, no valor de R$ 500 mil. Ela morre por complicações de uma convulsão em 21 de novembro no hospital, enquanto se preparava para receber alta.
Continua depois da publicidade
2011
– Desconfiando do caso se tratar de um golpe, no início do ano a seguradora denuncia Dickmann à polícia. Ele tentou retirar o valor da apólice em menos de uma semana após a morte de Simone. O histórico de Dickmann também chamou a atenção: ele já havia conseguido, ao todo, R$ 500 mil em outros casos de saque de apólices.
– Em fevereiro o corpo é exumado para averiguar a causa da morte, mas o resultado é inconclusivo.
– As investigações apontam que Dickmann teria envenenado Simone e a prisão preventiva é requerida em março.
Continua depois da publicidade
– Ainda em março é feita uma nova exumação. O primeiro resultado foi inconclusivo, mas durante o processo o Estado adquiriu novos equipamentos que atestaram a morte por envenenamento por chumbinho.
2014
– Em junho o Superior Tribunal Federal nega o pedido para que Dickmann aguardasse o processo em liberdade.
– Nesta quinta-feira, às 9h, Dickmann vai a júri popular como o único acusado da morte da esposa. A expectativa é de que o julgamento – que ocorre no Fórum de Pomerode – dure todo o dia.
Continua depois da publicidade