Contrárias à lei da terceirização e às reformas trabalhistas e previdenciárias, centrais sindicais de toda Santa Catarina se mobilizam em prol de uma greve geral nesta sexta-feira. Até quarta-feira, a informação que se tinha, repassada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Florianópolis, era de que, além da Capital, trabalhadores de outras oito cidades no Estado irão aderir ao movimento, que prevê que a suspensão completa ou parcial de serviços como o transporte público, o atendimento escolar e também na área da saúde.

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Chapecó e Concórdia, no Oeste, Curitibanos e Lages, na Serra, Criciúma, no Sul, Joinville, no Norte, e Itajaí e Blumenau, na região do Vale do Itajaí, municípios tidos pela CUT como cidades-polo no Estado, estão na lista dos locais onde a greve irá ocorrer.

Destes, em Blumenau, por exemplo, a expectativa é de que o serviço de ônibus suspenda completamente os serviços. A decisão virá de uma assembleia prevista para ocorrer ainda nesta quarta-feira. Por lá, os bancários também já confirmaram a paralisação nesta sexta. Já em Joinville, onde pelo menos 30 sindicatos locais confirmaram a participação no movimento grevista, a paralisação deve atingir serviços públicos e a Educação.

Em Florianópolis, com exceção do Sintraturb. sindicato que representa os trabalhadores do transporte público, que terá assembleia quinta-feira à noite para decidir sobre a adesão ou não da greve geral, a maior parte dos sindicatos, inclusive o que representa os bancários, já sinalizou positivamente pela participação na paralisação.

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O Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de SC (Sinte-SC) também manifestou apoio à paralisação. De acordo com a entidade, todas as escolas públicas do Estado devem parar.

A assessoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pontuou que, diferente de outros movimentos na cidade, desta vez já há o apoio, ainda que casos isolados, da iniciativa privada em aderir ao movimento grevista. Cita como exemplo o caso de duas escolas particulares, entre elas o Colégio Catarinense, que participará da greve sob orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em carta, a direção escolar frisou que a adesão não tem natureza partidária ou sindicalista, mas sim em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Com o mesmo argumento e seguindo orientação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e CNBB, o Educandário Imaculada Conceição também emitiu um comunicado no qual mostra apoio à paralisação.

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No Estado como um todo, segundo a CUT, serão sete centrais sindicais ativas no movimento que, diferente de outros anos, não está focado em passeatas, mas sim a completa suspensão de atividades de trabalhadores que “estão lutando por seus direitos”. Além disso, sindicalistas deverão promover piquetes em frente a postos de trabalho em solidariedade aos que não conseguirem paralisar suas atividades.

Por fim, a central salientou que, diferente do que se tem difundido em outros meios de comunicação e por entre a população como um todo, a greve geral desta sexta-feira não tem ligação com o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, inicialmente previsto para semana que vem, mas que foi adiado. O movimento é, unicamente, em defesa dos trabalhadores e contrário a lei da terceirização e as reformas trabalhista e previdenciária.

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