Pelo menos 17 entidades sindicais se reuniram na tarde desta quarta-feira no centro de Florianópolis em protesto contra as reformas da Previdência dos trabalhadores. Reunidos desde às 16h na chamada “Praça do Sintraturb”, local de reuniões do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus ao lado do terminal do Centro (Ticen), o grupo iniciou a passeata por volta das 17h seguindo por diversas ruas do Centro. O ato encerrou por volta das 18h. Segundo estimativa feita pela Polícia Militar, cerca de 10 mil pessoas estiveram no ato, mesmo número que foi anunciado pelos organizadores no início da caminhada.

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(Foto: Larissa Neumann / Agência RBS)

Inicialmente os organizadores propuseram que a manifestação seguisse da Paulo Fonte em direção a ponte, mas as negociações não avançaram com a Polícia Militar, que estava no local e manteve um cordão bloqueando os acessos. A chuva, que já tinha dispersado parte do grupo, contribuiu para a mudança de planos e o ato acabou sendo encerrado em frente ao terminal do Centro, o Ticen.

— É um absurdo, vou me aposentar com 85 anos. Estou com 51 e estava prestes a tirar a aposentadoria — disse a manifestante Clarete, que não quis passar o sobrenome, e estava à frente incentivando as palavras de ordem.

Clarete ficou à frente do grupo incentivando palavras de ordem
Clarete ficou à frente do grupo incentivando palavras de ordem (Foto: Larissa Neumann / Agência RBS)

Entre as entidades presentes por meio das bandeiras, estiveram a União Brasileira das Mulheres, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina (Fecesc), o sindicato dos servidores municipais (Sintrasem) e o dos trabalhadores do transporte coletivo (Sintraturb). No itinerário estava uma volta no entorno da Praça XV até a Rua Tenente Silveira.

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— A reforma da Previdência atinge principalmente as mulheres, os trabalhadores rurais e os professores — disse o auditor fiscal do trabalho Lucas Reis da Silva, 30 anos.

Lucas Reis da Silva, com a placa amarela, representou o sindicato dos auditores fiscais do trabalho
Lucas Reis da Silva, com a placa amarela, representou o sindicato dos auditores fiscais do trabalho (Foto: Larissa Neumann / Agência RBS)

Ao chegar na Câmara de Vereadores os manifestantes também protestaram contra o prefeito Gean Loureiro (PMDB). O grupo ainda passou pela Álvaro de Carvalho e seguiram para a Paulo Fontes, onde todas as pistas da avenida acabaram fechadas, impedindo o tráfego de veículos. Mesmo após o encerramento do ato, o trânsito seguiu complicado na região.

(Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS)

O aposentado Nelson Carreira, 86 anos, estava no Centro e acompanhou a movimentação de fora. Ele trabalhou durante 25 anos com serviços de eletricidade numa multinacional de São Paulo, e se aposentou por insalubridade. Não concorda com as atuais propostas para a Previdência, mas estava preocupado em voltar ao bairro Bom Viver, em Biguaçu:

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— Mas parar os ônibus, eu não sou favorável, não. Porque eu vim de lá pra cá mas daqui pra lá não posso ir. Se não voltar, vou ter que pegar um táxi mesmo, pagar R$ 50.

Durante todo o dia diversos serviços ficaram paralisados. Em Florianópolis, trabalhadores da educação, saúde e transporte cruzaram os braços. Segundo o governo do Estado, a rede Estadual de educação teve pouca adesão e as aulas aconteceram normalmente. O trânsito ficou prejudicado com o protesto, já que os ônibus deixaram de circular a partir das 16h e muita gente teve que sair mais cedo do trabalho.

(Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS)

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