O governo de Santa Catarina confirmou na noite desta quinta-feira que a morte do professor universitário Alisson Klam, de 37 anos, foi mesmo por conta de um quadro de dengue grave, também conhecida como “dengue hemorrágica”, termo que deixou de ser usado em 2014. A confirmação veio após testes realizados no Instituto Adolph Lutz, em São Paulo. Trata-se do primeiro caso de morte pela doença este ano em SC. Klam tinha 37 anos e era professor do curso de administração da Unochapeco, em Chapecó, no Oeste do Estado.

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SC chega a mais de 1,8 mil casos confirmados de dengue

Professor morre por dengue em Chapecó

A morte ocorreu no dia 13 de março e, no mesmo dia, a Unimed afirmou que se tratava de um caso de dengue grave. O governo do Estado, então, decidiu investigar e fazer testes no instituto paulistano, um dos mais renomados em saúde pública do país. A confirmação veio nesta quinta-feira.

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Segundo informações divulgadas pela Secretaria de Saúde de Chapecó, Klam contraiu a doença no próprio município, ou seja, trata-se de um caso de dengue autóctone, diferente do caso importado, quando a pessoa é contaminada em outra cidade.

Estado já tem 1,8 mil casos de dengue em 2016

Santa Catarina já acumula 1883 casos confirmados de dengue entre 1º de janeiro e 19 de março de 2016. Esse número representa a metade do total de casos registrados em todo o ano de 2015, quando foram contabilizados 3.619 infectados.

O boletim epidemiológico divulgado pela Dive-SC na última terça-feira aponta que a situação mais crítica segue em Pinhalzinho, cidade de 18 mil habitantes no Oeste de SC. O município responde por 1.336 dos 1.690 casos autóctones do Estado. Ou seja, 79% dos casos contraídos em solo catarinense estão concentrados na cidade que apresenta uma taxa de incidência de 7.145,9 casos por 100 mil habitantes.

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O que é dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

Sinais e sintomas

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39°C a 40°C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

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Quadros graves

Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte líquida do sangue) é perdido através do extravasamento nos vasos sanguíneos e caracteriza-se por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de curta duração e pode levar à recuperação rápida, após terapia apropriada, ou ao óbito, de 12 a 24 horas.

Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue, já na primeira infecção, apesar da maior frequência ser entre a segunda ou terceira infecção devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes melitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune) têm maior risco de apresentarem quadros graves de dengue.

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Na presença de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde.

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.