O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta quarta-feira que no caso do deputado federal André Vargas (PT-PR), o PT está pagando o preço por ser um partido “solidário”.
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– O PT paga mais o pato, porque somos um partido que faz questão de ter um coletivo, e até de ser solidário com as pessoas. Não com os erros, mas com as pessoas. A gente acaba pagando o preço dessa questão – disse após participar do Arena NET Mundial, na capital paulista.
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Vargas é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava jato da Polícia Federal, e corre o risco de responder a um processo disciplinar na Câmara dos Deputados devido às denúncias de tráfico de influência e recebimento de vantagens indevidas.
Para Carvalho, o deputado se deixou levar pelo sistema político, que na visão do ministro, induz à corrupção.
– Eu acho que o André, infelizmente, caiu no processo. Não vou dizer que ele foi uma vítima, porque muitos não caíram nesse processo. Mas, eu acho que é um processo que induz muita gente que tem menos resistência ideológica e ética a esse tipo de prática – opinou.
Ao comentar a situação do deputado paranaense, o ministro defendeu a reforma política e o fim do financiamento privado de campanha.
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– Só posso lamentar o ocorrido. Eu acho que é muito ruim isso para a democracia. Só mostra como é importante que a gente ajude os parlamentares, os membros do Executivo, aqueles que praticam a política como carreira a se libertarem das vinculações econômicas – destacou.
Nesta quarta-feira, depois de se reunir com a bancada do partido na Câmara, o presidente do PT, Rui Falcão, defendeu que Vargas, que é ex-vice-presidente da Casa, renuncie ao mandato parlamentar.
– A melhor solução para André Vargas é que ele renuncie, mas essa é uma decisão personalíssima. Nenhum partido ou bancada impõe às pessoas a renúncia. Mas é um pedido que temos feito e reiterado a ele, para que reflita e converse
Vargas tem mais uma semana para pensar sobre o assunto, já que a reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que ocorreria ontem (22), foi adiada para o dia 29, depois de um pedido de vista.
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