O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, disse nesta quarta-feira, 25, que o assassinato do advogado Roberto Caldart, ontem, em Palhoça, foi um “crime contra a democracia e a Justiça”.

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A afirmação foi feita durante a homenagem ao advogado que precedeu o enterro, às 17h, em Florianópolis. Dezenas de advogados acompanharam a cerimônia, num clima de tristeza e revolta.

– Vim para trazer o abraço de 1 milhão de advogados brasileiros, pedir celeridade na investigação e que os advogados acompanhem a apuração do caso e a punição dos culpados – disse.

Advogado é agredido e morto em Palhoça

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Advogado morto em Palhoça era defensor das prerrogativas da profissão

PMs se apresentaram como policiais civis no episódio que acabou com a morte de advogado em Palhoça

O corpo foi sepultado e enterrado no cemitério Jardim da Paz. Havia uma bandeira da OAB em cima do caixão. Estavam próximos a mãe de Caldart, a mulher e a enteada, além de outros familiares, amigos e colegas. Um padre reuniu os presentes e deu a bênção de despedida.

(Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS)

Ao mesmo tempo que demonstravam tristeza, colegas exaltavam o perfil amigo, companheiro, trabalhador e familiar da vítima:

— Tinha um coração gigante, apaixonado pela mulher e a enteada, para quem tinha dedicação total. Ele até estava pensando em se mudar para Curitiba onde a mulher trabalha — disse o amigo e advogado Ramon Carmes.

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Colegas prometem vigília no caso

O advogado e conselheiro da OAB em Palhoça, Edison Mendes, leu uma homenagem a Caldart, onde registrou o acompanhamento que será feito na investigação e punição aos culpados.

— Era uma excelente pessoa. Trazemos aqui o nosso conforto e as condolências aos familiares e a promessa que esse passamento de Roberto Caldart não fique impune nesse difícil momento que nos abriga a assistir a ceifa prematura. Vamos manter vigília no caso, com juízes e tribunais — declarou aos presentes o advogado e conselheiro da OAB/SC, Edison Mendes.

(Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS)

OAB acompanha depoimentos na Polícia Civil

A OAB/SC está presente desde o primeiro momento na apuração do crime por meio da comissão de prerrogativas, presidida pelo advogado Marcelo Peregrino Ferreira.

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— Alguém treinado pelo Estado e pago para nos defender. É revoltante — comentou o advogado Marcelo Peregrino Ferreira sobre os cinco PMs presos pelo assassinato.

OAB-SC cobra ação contra policiais que fazem serviços fora do expediente

Justiça decreta a prisão dos cinco PMs suspeitos de participação na morte

Pela manhã, o presidente da seccional catarinense, Paulo Brincas, afirmou que a Ordem irá cobrar da Polícia Militar (PM) uma rigorosa fiscalização dos policiais que prestam serviços fora do expediente, os chamados “bicos”. Ontem, a PM confirmou que um sargento, um cabo e três soldados participaram da ação que resultou na morte do advogado e os afastaria até o fim da investigação. No começo da noite, a Justiça decretou a prisão temporária, por 30 dias, dos cinco.

— A OAB espera uma apuração rigorosa e a responsabilidade de quem é de direito. Os PMs muito frequentemente prestam serviços como seguranças particulares. Eles estavam trabalhando como capangas. Acreditamos que a PM deva observar esse tipo de serviço. Era uma milícia — classificou o presidente estadual.

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“A PM me garantiu que não haveria corporativismo neste caso”, diz presidente da OAB-SC

Um morador da região da Barra do Aririú, em Palhoça, onde o crime aconteceu, gravou parte da confusão que acabou com a morte do advogado:

Morador grava confusão que resultou na morte de advogado em Palhoça