Para entender como o campeão de cada modalidade é escolhido pela banca de jurados, o ‘AN’ buscou a expertise de Thereza Rocha, que compõe a curadoria do Festival, além de Mônica Mion, bailarina e coreógrafa que foi solista do Balé da Cidade de São Paulo, no qual também foi diretora por 10 anos. Segundo as especialistas, a avaliação do júri observa os mesmos critérios na maioria das coreografias (jazz, neoclássico, sapateado, danças populares, danças urbanas e dança contemporânea), visando o desempenho do bailarino e a criação coreográfica. A exceção é o balé clássico de repertório, uma vez que os números não são inéditos e, sim obras montadas e encenadas desde o século 19.

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Festival de Dança de Joinville: Mostra Competitiva começa hoje com balé clássico de repertório e danças urbanas

Balé clássico de repertório

Peças predefinidas

O regulamento prevê as obras e os trechos que podem ser apresentados nos solos masculinos e femininos, e no grand pas de deux, com listas diferentes para as categorias júnior (entre 13 e 16 anos) e sênior (acima de 16 anos) no caso do gran pas de deux, assim como no meia ponta, no qual participam bailarinos de dez a 12 anos. Essa previsão existe para garantir um limite de tempo para as apresentações e, principalmente, para que as peças executadas sejam adequadas a cada faixa etária.

– Cada época de desenvolvimento físico do bailarino precisa ser respeitada. Não só pelo aspecto técnico, mas também para que representem papéis adequados às suas idades. O bailarino precisa compreender o personagem para interpretá-lo – explica Mônica Mion.

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Qualidade artística e técnica dos intérpretes

Os papéis adequados para cada idade são essenciais porque os bailarinos serão julgados pela interpretação, e não só pelo desempenho correto dos movimentos. Estes são muito importantes também, claro, e no caso do clássico de repertório, os especialistas que compõem a banca de jurados sabem exatamente quais são as sequências corretas dos passos. O virtuosismo, quer dizer, a perfeição na execução de movimentos surpreendentes, como fouettés (as famosas piruetas na ponta), geralmente chamam a atenção da plateia, que adora assistir à superação dos corpos, mas não são essenciais para ganhar notas altas.

– Não é só o número de piruetas, os movimentos precisam ser bem feitos. É o conjunto de interpretação cênica e técnica que importa – afirma Mônica.

Fidelidade à versão proposta

Há diferentes versões de balés como ?O Quebra-nozes?e ?Don Quixote?, que tem suas coreografias montadas originalmente por Vainoven e Petipa e depois remontadas por Balanchine, por exemplo. O regulamento do Festival aponta as versões a serem apresentadas e avalia se elas foram seguidas corretamente.

(Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS)

Demais gêneros

Qualidade artística e técnica dos intérpretes

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Todos os movimentos de dança são baseados na técnica. Mas, para além disso, o bailarino precisa mostrar o equilíbrio entre a interpretação cênica e a precisão dos movimentos, de forma que a primeira se sobressaia à segunda ao ser assistida pelo espectador.

– A dança precisa de interpretação. O bailarino está sempre a serviço de uma ideia e ele precisa articular este cruzamento para criar significado, mais do que apenas exibir habilidade técnica – afirma Thereza Rocha.

Estrutura coreográfica e inventividade

O jurado não avalia somente o trabalho do intérprete, mas também o trabalho de criação coreográfica. Consistência no tema proposto. Este ponto reforça os dois anteriores: ao propor um tema, é necessário que o coreógrafo ou diretor tenha coerência no trabalho final. Se os bailarinos que o representam não o compreenderem, ele pode ser malsucedido na execução e fazer o grupo perder pontos.

SERVIÇO O QUÊ: Mostra Competitiva

QUANDO: 19 a 26 de julho, às 19 h

ONDE: Centreventos Cau Hansen

QUANTO: R$ 24 a R$ 110 na bilheteria do Centreventos Cau Hansen, no Café do Juarez (anexo ao Teatro Juarez Machado) ou pelo site do Festival de Dança.

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