Dez anos depois, o clássico dos clássicos voltou a encher de emoção os olhos do público em uma noite de abertura do Festival de Dança de Joinville. “O Lago dos Cisnes”, interpretado por bailarinos e convidados da Companhia Brasileira de Ballet, abriu nesta quarta-feira (18) a trilha de espetáculos que vão passar pelo palco principal do evento, no Centreventos Cau Hansen, até o dia 28 de julho, na segunda ‘Noite dos Campeões’ deste ano.

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Um privilégio acompanhado por um público de cerca de 4,2 mil espectadores, presentes também na cerimônia de abertura da 36ª edição do Festival, ocorrida minutos antes, às 20h. As boas-vindas oficiais da Capital Nacional da Dança ao maior festival de dança do mundo evidenciou sua importância para a formação artística e cultural por meio da arte dos movimentos, na cidade. Um destaque arrebatador quando se trata de engajamento: em quase quatro décadas, mais de 4,5 milhões de pessoas impactadas pelo Festival.

— Joinville se enche de orgulho por receber milhares de pessoas, que para cá se deslocam vindas de todas as regiões do País. Elas vêm para dançar, participar de cursos, seminários e para assistir aos espetáculos que acontecem neste palco, na Feira da Sapatilha e nos Palcos abertos — disse Ely Diniz, presidente do Instituto Festival de Dança.

Em sua fala, Ely destacou ainda o número recorde de trabalhos inscritos: 3,3 mil coreografias, sendo que apenas 210 delas têm presença carimbada no grande palco da Mostra Competitiva.

No centro dos discursos, entre eles do Prefeito de Joinville, Udo Döhler, e da Secretária de Estado da Educação, Simone Schramm – no ato representando o Governador do Estado, Eduardo Pinho Moreira – outro grande legado ganhou destaque: o lançamento das atividades no Saltare Centro de Dança, no antigo prédio da Escola Germano Timm, Patrimônio Histórico do Município. A dança e seus executores, cerne do Festival, foram exaltados.

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— Bailarinas e bailarinos vivem, transpiram e inspiram numa sintonia perfeita entre o corpo e a alma. Fazem isso por horas, por dias, por semanas, meses e anos de exercícios exaustivos e essa é a parte invisível, que nós (o público) não enxergamos, mas hoje estamos aqui (no Festival) para ver a beleza e a leveza de cada um de vocês. Subam ao palco, usem e abusem dos vossos talentos — disse Döhler, momentos antes de as cortinas abrirem.

Espetáculo de encantos e emoções

Ao todo, 50 bailarinos subiram ao palco nesta terça-feira
Ao todo, 50 bailarinos subiram ao palco nesta terça-feira (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Interpretada pela Cia. Brasileira de Ballet, em parceria com alunos da Escola Maria Olenewa do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a obra “O Lago dos Cisnes” foi mostrada em quatro atos por 50 bailarinos. Conhecida como uma das mais marcantes e a mais vista das obras do balé mundial, a coreografia de “O Lago dos Cisnes” no Festival de Dança de Joinville reascendeu o enredo de Odette, princesa transformada em cisne; de Siegfried, um príncipe apaixonado; e Odile, a cisne negra e gêmea má.

No palco, os bailarinos deram o tom de perfeição à trama que encanta plateias de todo o mundo há mais de 140 anos, com participação de Beatriz Almeida, que atuou como primeira bailarina do Stuttgart Ballet, na Alemanha; Marcelo Misailidis, que foi primeiro bailarino do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Mel Oliveira, primeira solista do Ballet Nacional do Uruguai; e Gustavo Carvalho, primeiro bailarino do Ballet Nacional do Uruguai.

O espetáculo teve direção, remontagem e adaptação de Jorge Texeira, profissional com participação ativa no cenário da dança brasileira e vendedor do prêmio de Melhor Grupo nos anos de 2008 e 2009, no Festival de Dança de Joinville.

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Wilma Von Gilsa e a neta vieram de Indaial até Joinville para assistir ao espetáculo da primeira noite de apresentações no palco
Wilma Von Gilsa e a neta vieram de Indaial até Joinville para assistir ao espetáculo da primeira noite de apresentações no palco (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Para quem acompanhou as duas horas de coreografias, a peça reforçou o ideal do Festival em trazer números grandiosos à Joinville. Wilma Von Gilsa e a neta, Cecilia, vieram de Indaial especialmente para assistir pela primeira vez a abertura do evento e ficaram impressionadas com a qualidade da dança exposta no palco. A apresentação criada em 2012 pela Cia. Brasileira de Ballet igualmente surpreendeu as amigas Nicoli Bogo, Kátia Siqueira e Ester Konige, que já foi bailarina e acompanha o Festival desde a primeira edição, em 1983.

— É um grande clássico mundial, sonhado por todo bailarino e sonhado pelo público, que quer assisti-lo. O espetáculo é de uma grandeza que não costuma ser vista em nenhum outro lugar no mundo — comentou Ester.

Ester Konige, Kátia Siqueira e Nicoli Bogo na abertura do Festival de Dança de Joinville
Ester Konige, Kátia Siqueira e Nicoli Bogo na abertura do Festival de Dança de Joinville (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Programação

Durante os 12 dias do evento, mais de sete mil participantes irão levar ao público os encantos de sete gêneros diferentes de danças em 240 horas de espetáculos: balé clássico de repertório, balé neoclássico, jazz, sapateado, danças populares, dança contemporânea e danças urbanas. Há ainda mais de 90 cursos, além de seminários, Feira da Sapatilha, feiras de artesanato e mostras paralelas, que devem ser visitadas por 230 mil pessoas.

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O festival encerra com novidade, tendo duas edições da esperada “Noite dos Campeões”, no dia 27, com o retorno ao palco dos vencedores da categoria Junior, e 28, para os melhores da categoria Sênior. Os premiados como Melhor Bailarino; Melhor Bailarina; Melhor Grupo; Coreógrafo Revelação e Prêmio Revelação se apresentam nas duas datas.

O Lago dos Cisnes, da Cia Brasileira de Ballet
O Lago dos Cisnes, da Cia Brasileira de Ballet (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

SERVIÇO

O QUÊ: Festival de Dança de Joinville

QUANDO: De 17 a 28 de julho

ONDE: Centreventos Cau Hansen

QUANTO: R$ 24 a R$ 110 na bilheteria do Centreventos Cau Hansen, no Café do Juarez (anexo ao Teatro Juarez Machado) ou pelo site do Festival de Dança.

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