Em toda a história do balé clássico, nenhum movimento povoou tanto o imaginário do público, um figurino tornou-se tão icônico e a música foi tão lembrada quanto aqueles que serão vistos no palco do Centreventos Cau Hansen na noite de hoje, quando ocorre a Noite de Abertura do 36º Festival de Dança de Joinville. “O Lago dos Cisnes”, que recebeu coreografia de Julius Reisinger sobre as composições de Tchaikovsky em 1877, foi um fracasso de público e crítica, renasceu 15 anos depois com a versão de Marius Petipa, tornou-se uma das obras mais marcantes do balé mundial e será apresentada pela Cia. Brasileira de Ballet.
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– Ele é muito popular, primeiro, por sua grandiosidade, o histórico dele. E, além disso, ele é o balé que mais exige da primeira bailarina. Em alguns balés, ela precisa ser mais lírica, em outros, mais romântica, mas em “O Lago” ela tem que ter todas as nuances – disse o diretor-geral do espetáculo, Jorge Teixeira.
É a primeira vez da companhia carioca em uma abertura do Festival de Joinville, mas para seu diretor e boa parte dos seus bailarinos – são 50 em cena –, é como retornar para casa. Jorge é velho conhecido do evento: veio pela primeira vez em 1989, ainda como aluno, tornou-se coreógrafo premiado com diferentes grupos, especialmente com seu Conservatório Brasileiro de Dança, de onde saíram muitos bailarinos que formaram a Cia. Brasileira de Ballet e que estão em grandes companhias internacionais.
É o caso dos protagonistas desta montagem de “O Lago”, Gustavo Carvalho e Mel Oliveira. Ele conquistou primeiros lugares no Festival de Dança de Joinville em todos os anos entre 2007 e 2010 e, atualmente, é o primeiro-bailarino do Ballet Nacional del Sodre, no Uruguai. Mel Oliveira, que representou escolas premiadas em Joinville durante a adolescência, foi primeira-solista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e, desde janeiro, é contratada do Ballet Nacional del Sodre, do qual é solista.
— Talvez por terem dançado desde muito jovens na minha companhia, os dois têm uma sintonia muito forte no palco, confiam muito um no outro. Mel é um dos maiores talentos hoje na representação de “O Lago dos Cisnes” — afirma Jorge.
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Ainda que seja uma obra tradicional, mesmo quem conhece bem esse espetáculo terá surpresas durante a noite. Para o Festival, além de os quatro atos terem se transformado em dois – sem perdas coreográficas, apenas para evitar tantos intervalos –, o diretor buscou com o primeirobailarino do Theatro Municipal do Rio, Marcelo Misailidis, uma motivação para a tragédia que ocorre com os jovens Odette, a princesa transformada em cisne branco; e o príncipe Siegfried, que se apaixona por ela e promete fidelidade. Assim, há uma cena nova na história, interpretada por Marcelo como o feiticeiro Von Rothbart, e pela bailarina Beatriz de Almeida, que fez os papéis principais do Ballet de Stuttgart, na Alemanha, e da Ópera de Zurique, na Suíça.
SERVIÇO
O QUÊ: Noite de Abertura, com “O Lago dos Cisnes”.
QUANDO: hoje, às 20 horas.
ONDE: Centreventos Cau Hansen.
QUANTO: R$ 24 a R$ 110 na bilheteria do Centreventos Cau Hansen ou pelo site do Festival de Dança.
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