Dois funcionários – Dante Ribeiro e Alfredo Quintas – recebem o benefício pelo Senado. Ribeiro foi contrado na década de 1970 para o cargo de motorista, mas se aposentou por invalidez no início dos anos 2000, devido a um câncer de próstata. Tempos depois, exerceu um cargo na Companhia de Saneamentos de Tocantins e atualmente trabalha como vendedor de carros.

Continua depois da publicidade

Procurado pela reportagem, mas sem saber que estava sendo gravado, o funcionário admite que é aposentado do Senado. Diz que recebeu o benefício por tempo de serviço. Procurado novamente, afirmou que faz exames periodicamente por causa da condição de invalidez da aposentadoria.

Alfredo Quintas também foi aposentado por um câncer de próstata, mas alguns anos depois foi candidato a vereador. Especialistas consultados pelo Fantástico dizem que o servidor mostra plenas condições de trabalho. Sem saber que estava sendo gravado, Quintas também diz à reportagem que foi aposentado por tempo de serviço. Oficilamente, ele não falou ao Fantástico.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), disse que será formada uma comissão de sindicância para investigar e reverter aposentadorias por invalidez que sejam comprovadamente irregulares. O Senado não informou quanto aposentados da Casa recebem o benefício por serem inválidos.

Continua depois da publicidade

O terceiro caso citado pelo programa foi de Francisco Gonçalvez, aposentado por invalidez pela Câmara dos Deputados. Gonçalvez é médico e ex-deputado federal e continua atendendo pacientes numa clínica. Ele disse à reportagem que teve dois infartos durante o mandato e que trabalha, mas algumas vezes “não tem condições”. A Câmara vai investigar o caso.

As irregularidades em casos de aposentadorias por invalidez já foram motivo de reportagens em Santa Catarina, onde o Diário Catarinense e a RBS TV mostraram inválidos da Assembleia Legislativa que também continuam trabalhando. As denúncias completam dois anos nesta segunda-feira, ainda sem solução.

O Instituto de Previdência do Estado (Iprev) analisou 201 aposentados por invalidez do Parlamento e concluiu que 59 tinham irregularidades. Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.

Continua depois da publicidade