Dois anos depois da polêmica envolvendo irregularidades em aposentadorias por invalidez da Assembleia Legislativa, as investigações ainda estão em andamento e a conclusão do caso está longe do fim. Uma das últimas movimentações ocorreu em março, quando o Instituto de Previdência de Santa Catarina (Iprev) concluiu que houve fraude em 59 dos 201 casos analisados.
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Depois que o Legislativo chamou os inválidos de volta ao trabalho com base nos dados do Iprev, mas a Justiça entendeu que a medida não era legal porque a Assembleia não abriu processos administrativos internos, as expectativas para que as supostas irregularidades se transformem em processos se voltam para as investigações do Ministério Público e da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).
No MP, quem coordena os trabalhos é a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos e Institucionais, Walkyria Danielski. Com o envio do relatório do Iprev, o Ministério Público tem em mãos todas as informações para concluir o caso, mas não se fala em prazos. O resultado pode levar a um pedido de devolução do dinheiro por parte dos inválidos considerados saudáveis.
Na Deic, de acordo com o delegado Luiz Carlos Goulart, da Divisão de Crimes contra o Patrimônio Público, o caso resultou na abertura de 34 inquéritos desde outubro de 2011. Houve pedido de arquivamento de 10 investigações sob a alegação de que os crimes teriam prescrito depois de 20 anos. A Justiça arquivou sete, mas pediu mais detalhes em dois casos e definiu que um outro tem de continuar (os nomes dos envolvidos não foram divulgados). Não há previsão para o fim das investigações.
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A polêmica teve ainda desdobramentos na Receita Federal, que está cobrando de parte dos investigados pelo Iprev R$ 7 milhões em tributos atrasados dos últimos cinco anos.
O caso dos inválidos, que já havia sido escândalo na década de 1980, foi relembrado quase 30 anos depois por uma série de denúncias em maio de 2011 pelo DC e pela RBS TV. As reportagens revelaram que dos 454 aposentados da AL até então, 211 conquistaram o benefício por invalidez, sendo que dois grandes surtos produziram a maior parte dos inválidos em 1982 (75 inválidos) e em 2003 (21 inválidos).