Familiares e amigos de Tamara Pereira, encontrada morta em matagal às margens da BR-470 em Ilhota no dia 3 de julho, fizeram uma manifestação nesta segunda-feira pedindo por justiça e agilidade na investigação. O protesto começou por volta das 19h na Rua Frei Estanislau Schaette e reuniu cerca de 40 pessoas. Com cartazes e faixas, os manifestantes pediram justiça no caso da jovem e interditaram a via por alguns minutos. Antes de ela ter sido encontrada morta, no dia 1º de julho a família e pessoas próximas a ela fizeram uma manifestação no mesmo local pedindo agilidade na investigação sobre o paradeiro da jovem.
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O protesto foi organizado pela família, após saber que o suspeito de ter participado do crime, Gelton Wreczinski, teve alvará de soltura concedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Blumenau há duas semanas. Ele é apontado pela polícia como suspeito de participar da morte da jovem de 23 anos. A prisão temporária foi decretada no dia 9 de julho, apesar de ele já estar no Presídio Regional de Blumenau por um outro crime ocorrido em Ascurra. Ele permanece detido.
– Não é possível ocorrer relaxamento de prisão de alguém que confessa que matou a Tamara e que tem 53 passagens pela polícia – afirmou a mãe da jovem, Ester Helena Pereira.
Ester pede também mais agilidade na investigação da Polícia Civil e que a justiça seja mais justa neste caso:
– Esperamos mais agilidade da Polícia Civil e esperamos que este juiz volte atrás depois desta decisão. Também acho que ele não é o único suspeito porque acredito que ele não tenha matado ela dentro do carro.
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Teovaldo Muniz, pai de Rosângela Muniz que foi morta em 2011, também participou do protesto pedindo justiça no caso de Tamara Pereira.
Investigação
A investigação da Polícia Civil, por meio do delegado Ronnie Esteves, apontou que o carro de Wreczinski teria sido usado no crime, porém a decisão judicial diz que isso não fica devidamente provado no inquérito. De acordo com o titular da 1ª Vara Criminal, Juliano Rafael Bogo o “pedido da autoridade policial não está instruído com cópias do inquérito, mas tão-somente com um relatório de investigação/diligências de agentes policiais”. Além disso, o juiz afirma no pedido que “não há termos de depoimento, interrogatório, laudos, termo de apreensão de objeto etc”.
O delegado responsável pelo inquérito, Ronnie Esteves, está de férias e retorna na metade do mês. De acordo com o advogado de Wreczinski, Vanderlei Kalbusch, o juiz entendeu que não tinha elementos suficientes para a prisão e que não havia provas anexadas ao inquérito policial.
– Ele tinha prisão temporária decretada no caso Tamara e expirou o prazo e ele foi solto – afirmou o advogado.
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Entenda o caso
Tamara Pereira, 23 anos, foi encontrada morta em um matagal no Km 18 da BR-470 no bairro Caieira em Ilhota. A jovem estava desaparecida desde o dia 21 de junho e teria sido vista pela última vez na rua Frei Estanislau Schaette, no bairro Água Verde, quando saía para uma festa. A família não foi autorizada a reconhecer o corpo da vítima, em função de seu avançado estágio de decomposição.
Três suspeitos de terem participado do assassinato de Tamara Pereira foram interrogados e detidos no primeiro final de semana de julho pela Polícia Civil de Blumenau, mas dois deles foram liberados por falta de provas.
No dia 9, a Polícia Civil fez uma coletiva de imprensa para explicar sobre a investigação. Segundo o delegado responsável pelo caso, Ronnie Esteves, logo que a menina desapareceu a Polícia Civil não trabalhava com a hipótese de homicídio, mas de desaparecimento. Após buscas terem sido feitas, o celular de Tamara foi encontrado com um dos suspeitos. No aparelho dele, havia duas fotos do carro usado no crime. Com a foto, a Polícia Civil chegou a outro suspeito, Gelson Wreczinski, 27 anos, que era proprietário do veículo, morava em Ascurra e permanece detido.
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Wreczinski teria sido preso uma semana depois do desaparecimento de Tamara por um furto e estava no Presídio Regional de Blumenau. De acordo com a Polícia Civil, havia 53 boletins de ocorrências contra ele. No primeiro depoimento, de acordo com o delegado Ronnie Esteves, Wreczinski afirmou que pegou a jovem aleatoriamente na noite de sábado, dia 21, e sob efeito de cocaína, a matou e levou o corpo para Ilhota. O delegado afirmou durante uma coletiva de imprensa que Wreczinski matou a jovem com o extintor de incêndio do carro, causando traumatismo cranioencefálico. Em um segundo depoimento, ele afirmou que havia outra pessoa envolvida no caso.
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Tamara entrou para as estatísticas como a sétima morte violenta em Blumenau em 2014.