A ideia era repetir a fórmula de sucesso de Piratas do Caribe recuperando outro tradicional gênero do cinema de ação: o western. Como na exitosa franquia que explora a envolvente mitologia da pirataria, O Cavaleiro Solitário (2013) também tenta acrescentar humor e algum drama ao universo do faroeste e seus homens rudes e bravos.
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Nessa troca do mar pelas pradarias, porém, a trinca formada pelo produtor Jerry Bruckheimer, pelo diretor Gore Verbinski e pelo astro Johnny Depp perdeu o norte não apenas criativo, como também comercial: O Cavaleiro Solitário caiu feio da sela nas bilheterias americanas, causando à Disney um prejuízo calculado em pelo menos US$ 100 milhões – o orçamento do filme é estimado em US$ 250 milhões.
Um dos problemas de O Cavaleiro Solitário é a indefinição de registro da história e de ritmo narrativo. Se um dos trunfos de Piratas do Caribe é justamente o bem azeitado equilíbrio entre aventura e comédia, as mudanças de tom em O Cavaleiro Solitário carecem de fluência simplesmente porque o longa não convence em nenhuma das claves: o bangue-bangue e as perseguições não empolgam, as piadas não têm graça. Já o andamento – na maior parte do tempo arrastado, pontuado por sequências de ação frenéticas que irrompem de vez em quando na tela – contribui para tornar intermináveis as duas horas e meia de projeção.
O tiro de misericórdia na versão para o cinema do seriado com o herói mascarado – que no Brasil, nos anos 1950, foi batizado de Zorro, causando confusão com o justiceiro latino de mesmo nome – é a total falta de sintonia entre os protagonistas. Na pele do mocinho, Armie Hammer – de A Rede Social (2010) e J. Edgar (2011) – não tem carisma algum e parece apenas um almofadinha armado, enquanto o índio interpretado por Depp busca em vão provocar o riso da plateia, não sendo mais do que outra figura sem brilho na galeria de esquisitões do ator. O Cavaleiro Solitário é um filme sem vida como o corvo que Tonto ostenta na cabeça.
O CAVALEIRO SOLITÁRIO (The Lone Ranger)
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De Gore Verbinski. Com Johnny Depp, Armie Hammer, William Fichtner, Tom Wilkinson, Ruth Wilson e Helena Bonham Carter.
Ação, EUA, 2013. Duração: 149 minutos.
Classificação: 12 anos.
Cotação: 2, de 5 estrelas