Roupa suja se lava em casa. Mas no caso de Josinete dos Santos, os vestidos, calças, camisas e estão sendo batidos na casa da sogra, no Ribeirão da Ilha distante 27 quilômetros do Monte Verde, onde ela vive com o marido Wilson e o filho Nicolas, de 43 anos. O caso da família é só um dos que a Hora apurou nesta quinta-feira.
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As reclamações chegam de pelo menos 13 bairros da Capital, além de São José e Palhoça. A Casan, que desde quarta-feira faz limpeza das bombas, garante que o abastecimento será normalizado até a noite desta sexta-feira.
O problema é que, mesmo antes de a empresa começar o trabalho anunciado, muita gente já estava sem água. Na casa de Josinete e Wilson, o problema completa uma semana hoje. O pouco que sobrou na caixa é para banhos rápidos. Os pingos que vem do chuveiro são reaproveitados: caem em uma bacia, que é jogada na privada na hora de dar descarga.
O bairro Monte Verde faz parte da Bacia do Itacorubi, que reúne cerca de 100 mil habitantes e uma das áreas onde a Casan anunciou que poderia haver “instabilidade no abastecimento”. E de fato houve. Tanto que a Hora recebeu reclamações de bairros como Saco Grande, Itacorubi e da comunidade do Morro do Quilombo.
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Mas o problema se expandiu. Chegaram reclamações de bairros próximos como Serrinha, Costeira, Saco dos Limões a maioria de moradores das partes mais altas, que necessitam de mais pressão e vazão de água para serem abastecidas.
Morador relata prédio inteiro com problema
Há prédios inteiros desabastecidos, como o de um morador do alto da Carvoeira. Ali, desde segunda-feira começou a haver problema. A partir de quarta, só ar nas torneiras. – É inadmissível e inaceitável. Isso não acontece nem em São Paulo, onde o volume nos reservatórios está crítico há meses – disse o morador.
Ademir, do Pantanal, mora no alto do morro. Na casa dele, as duas caixas d’água de 500 litros esvaziaram. Para tomar banho, precisa ir até a residência da mãe, que vive no mesmo bairro, mas em uma região mais baixa.
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– Além do transtorno, a gente gasta mais porque não consegue cozinhar. Tem que comer fora, pedir marmita, dar um jeito – conta Ademir.
Problemas na central de atendimento
Alguns moradores ouvidos pela Hora reclamam também do atendimento do 0800 da Casan. Em dois casos, os atendentes teriam desligado. Alguns pedidos de caminhão pipa, segundo os moradores, não são atendidos.
Paciência ao telefone
– Ao ligar para o 0800 643 0195 tente manter a calma.
– Sempre anote o protocolo. Peça-o logo no começo.
– Fale sobre os problemas percebidos com o máximo de detalhes.
– Desde quando está faltando água? A situação é a mesma na vizinhança?
– Peça para o funcionário repetir os tipos de problemas relatados para ter certeza de que eles foram registrados.
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– Vai ser dado um prazo para a solução do defeito.
– Anote o horário informado e volte a ligar, usando o protocolo.
– Se a resposta não for satisfatória ou a solução não vier, vale ligar na Agesan, a agência regula o serviço da Casan e pode até multar a empresa de águas. O telefone é o (48) 3665-4350.
Torneira seca
A Hora recebeu reclamações, principalmente na fanpage no Facebook:
Resposta sem solução
Diante das reclamações, a reportagem da Hora tentou mais respostas da companhia. Foi atendida pela assessoria de imprensa, que reiterou a mesma nota enviada na quarta-feira.
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“A Casan comunica que em função das adequações que vem fazendo dentro do Plano Verão, para aumentar o volume de água produzido, o abastecimento está prejudicado em parte da Bacia do Itacorubi, localidades de Biguaçu e de Palhoça, município que mesmo estando fora do Sistema Casan recebe água da Companhia para distribuição.
Dentro destas ações está sendo realizada a manutenção de bombas na Captação de Água no Rio Cubatão, o que contribuirá para o reforço do Sistema Integrado de Abastecimento de Água da Grande Florianópolis.
O abastecimento deve ser normalizado gradativamente nas próximas 72 horas. A Casan pede a colaboração dos usuários no sentido de limitar o consumo de água ao essencial até a normalização total do sistema. A Casan lembra ainda que dispõe da central de atendimento 0800 643 0195 para informações e solicitações de serviços.”
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Sobre os pontos da Bacia do Itacorubi atingidos pela adequação, a assessoria não soube precisar quais bairros e nem o número de unidades afetadas. A reportagem solicitou o número de atendimentos efetuados pelo de call center da companhia desde quarta-feira, mas também não obteve resposta.
A Casan informou ainda que esta será a última operação com este tipo de consequência nesta temporada e que o abastecimento deve ser normalizado até a madrugada de sábado.