Em Palhoça, na Grande Florianópolis, tem um condomínio onde as pessoas estão pegando água da piscina devido à falta de abastecimento do município. Moradores do residencial Terra Nova, no bairro Bela Vista, estão sofrendo com a falta desde o início de dezembro. O problema se intensificou nos últimos quatro dias, como conta o síndico, Alex Guarnieri.

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– A pressão da água fornecida pela Samae está abaixo da capacidade necessária para abastecer os reservatórios e as casas ficam sem água diariamente – disse o síndico.

Não bastasse a água em conta gotas nos canos, o principal reservatório do condomínio foi interditado pela Defesa Civil no dia 22 d de novembro, após rompimento da estrutura, que estava oxidada.

Moradora da parte mais alta do condomínio, Miriã Rocha, de 17 anos, caminhou com a filha Ayslla no colo até a área de lazer mais próxima para pegar água da piscina.

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Lava a louça de canequinha

– Não podia deixar minha filha sozinha e trouxe. Quando estava voltando, o balde se rompeu. É difícil lidar, porque ela fica incomodada com o calor – disse a jovem ao lado da mãe, Cleuza Rocha, que tem lavado a louça com canequinha.

A situação é tão crítica que, para tomar banho, alguns moradores recorrem aos banheiros da piscina localizado na parte mais baixa, próximo do reservatório secundário, onde a água falta com menos frequência.

– A comunidade sofer com o calor, sem água para nada e na hora de cobrar a conta, a fatura vem cheia de taxas – critica a moradora Letícia Baldez.

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Sistema de abastecimento não corresponde ao projeto

Construído pela Rodobens em 2010, o complexo de 1274 casas de até três quartos está localizado próximo a Colônia Penal Agrícola, cerca de 10 quilômetros do centro de Palhoça. O residencial foi construído em três etapas e possui dois reservatórios. De acordo com o síndico, Alex Guarnieri, a empresa não seguiu o projeto, que previa três reservatórios.

– Como um se rompeu, estamos na dependência da pressão da água da Samae, que não atinge a capacidade. O abastecimento está vindo com 2/3 a menos do que era prometido na época da liberação do empreendimento – disse Alex.

Relatório de 18 de novembro da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) afirma que “o sistema implantado no condomínio tem problemas de dimensionamento e operação”.

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Apesar de inúmeras ligações entre 16h e 18h desta quarta-feira, a Rodobens não atendeu a reportagem para falar sobre o problema.

Não é só no condomínio que falta água

A escassez no fornecimento de água tem atingido outras regiões de Palhoça e da Grande Florianópolis nos últimos dias. A Casan justificou em nota à imprensa nesta quarta-feira que devido ao Plano Verão, que promete aumentar o volume de água produzido na região, o abastecimento está prejudicado em parte da Bacia do Itacorubi, localidades de Biguaçu e de Palhoça _ município tem o sistema de água e saneamento gerido pelo Samae, mas recebe água da Casan.

“Está sendo realizada a manutenção de bombas na Captação de Água no Rio Cubatão, o que contribuirá para o reforço do sistema de abastecimento da Grande Florianópolis. O serviço deve ser normalizado gradativamente nas próximas 72 horas”, informou o comunicado.

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A orientação é para que os usuários limitem o consumo de água ao essencial até a normalização total do sistema.

A Casan dispõe ainda o número 0800 643 0195 para informações, reclamações e solicitações de serviços.

O que diz o Samae

De acordo com a Samae, após vistoria na Estação de Tratamento de Água José Pedro Horstmann, no Morro dos Quadros, em Palhoça, foi constatado que o fornecimento de água tinha vazão de aproximadamente 270 m³/h.

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“Esta capacidade proporciona uma vazão de abastecimento de 75 litros por segundo, sendo insuficiente para atender de maneira satisfatória todo o município. Um abastecimento comum faz uso de 240 litros por segundo de água fornecida pela Casan para o Samae Palhoça”, informou o comunicado da empresa.