A Casan foi responsabilizada pela prefeitura pelos problemas de abastecimento de água na temporada passada. Este ano, segundo o presidente da concessionária, Valter José Gallina, a preparação da estatal para o verão começou antes. Nesta sexta-feira, Celesc, Prefeitura de Florianópolis e Casan divulgaram medidas para evitar o colapso no abastecimento de água e energia nesta temporada no Estado.

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Em entrevista ao DC, ele garantiu que já foram realizadas mais de 10 reuniões e que até o dia 20 de dezembro o cronograma de ações estará pronto. Gallina confirmou a instalação de 25 geradores para ajudar as estações de água e esgoto, mas evitou garantir que não vai faltar água.

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Diário Catarinense – A Casan preparou um plano emergencial para a próxima temporada de verão? Ele já foi concluído?

Valter José Gallina – Durante o ano, fizemos pelo menos 10 reuniões com equipes das áreas técnicas e administrativas da Casan e definimos 38 ações. Grande parte do cronograma já está concluída e até o dia 20 de dezembro tudo ficará pronto. Para não termos problemas alheios ao sistema, como a falta de energia, vamos investir cerca de R$ 5 milhões para contratar 25 geradores para estações de água e esgoto.

DC – Geradores também estavam nos planos ano passado e não foram instalados a tempo, provocando o colapso do abastecimento de água no norte da Ilha. Essa é a principal diferença deste ano?

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Gallina – Temos outras ações. Em todas as estações de água teremos bomba reserva e ainda vamos providenciar mini poços na Praia Brava, Cachoeira do Bom Jesus, Canasvieiras, Vargem Grande, Vargem Pequena e Vargem do Bom Jesus. Eles vão viabilizar mais água no local. Também teremos a operação de novas adutoras que devem levar 60 litros por segundo do Itacorubi até o norte.

DC – A previsão inicial da Casan para a obra de ampliação da ETA Morro dos Quadros, em Palhoça, que atende a maior parte do consumo de Florianópolis, era de conclusão até agosto de 2014. No entanto, esse prazo foi prorrogado para o próximo ano. O que houve?

Gallina – É uma obra complexa e teve problemas sérios nos últimos meses. O custo era de R$ 15 milhões, mas vai se transformar em R$ 20 milhões. Um problema de fundação provocou o atraso. A nossa atual expectativa é que tudo fique pronto até o segundo semestre de 2015.

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DC – Com o que vai ficar pronto, há como faltar água?

Gallina – Usamos hoje 65% da capacidade do Norte da Ilha. Com os 25% que vamos produzir a mais com as mudanças, teríamos 60% de água a mais do que o normal. Com isso, temos a convicção que vamos dar mais tranquilidade e segurança ao morador. Não estou dizendo que não vai faltar água, porque um acidente, como o rompimento de adutora, pode acontecer em qualquer lugar.

DC – No começo do ano, a Agesan chegou a multar a Casan em R$ 300 mil por causa das falhas no abastecimento da última temporada. Nos últimos seis anos, a prefeitura também acumulou multas por causa da qualidade da água. Essas dívidas foram quitadas?

Gallina – Não concordamos com as multas e estamos discutindo na Justiça.

DC – Qual a projeção de investimentos da Casan para os próximos anos?

Gallina – Temos hoje em obras e licitações para o Estado cerca de R$1,7 bilhão em financiamentos. Apenas em Florianópolis serão R$ 500 milhões investidos em esgoto e água. Os empréstimos são inclusive de algumas agências internacionais. É importante destacar que não temos um credor em débito hoje. Para resolver esses problemas, além de investimentos, precisamos da ajuda da população. Se um imóvel tem espaço para seis pessoas, que não seja locado para 20, como ocorre em muitos lugares. Não existe planejamento que suporte isso.

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