Excesso de alumínio e ferro no rio Guabiruba Sul, que desemboca no rio Itajaí-Mirim, causou o desabastecimento de água em Guabiruba, no Médio Vale do Itajaí, no último dia 10. A informação é da Companhia Catarinense de Água e Saneamento Básico (Casan) de Florianópolis que, em parceira com a CTQ Análises Químicas Ambientais, de São Paulo, avaliou amostras da água coletada. De acordo com os laudos laboratoriais, divulgados nesta quarta-feira, as substâncias não são tóxicas e também não causaram a morte da fauna aquática, como peixes, ou da mata ciliar.
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A secretária de Meio Ambiente do município, Bruna Eli Ebele, explica que a quantidade de ferro permitida por lei é de 0,3 miligrama de ferro por litro de água e 0,1 miligrama de alumínio por litro de água, entretanto os laudos apontaram 1,5 miligrama de ferro e 1,1 de alumínio. Responsável por solicitar a análise na Casan Rafael Luiz Prim explica que as quantidades dos minerais foram detectados na água bruta e que os níveis baixariam automaticamente após o tratamento. Prim ainda ressalta que as substâncias não são prejudiciais à saúde:
– Para ser prejudicial, a quantidade de alumínio, por exemplo, precisaria chegar a 30 miligramas por litro de água, o que não é o caso. Já o aumento do ferro causa apenas amarelamento da água ou da louça dos banheiros, mas não é nocivo à saúde.
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Já a coloração laranja foi causada pela tabatinga, solo específico da região, que se misturou à água. Bruna explica que os minerais caíram no rio depois de uma queda de barreira entre os bairros Lageado Alto e Planície:
– Existe uma usina hidrelétrica que fica acima do rio. Ela está desativada, mas o prédio e a estrutura que eram usados ainda permanecem no local. Averiguamos um corte de vegetação próximo a essa estrutura e esse corte gerou instabilidade do solo, que acabou sendo levado para o ribeirão.
O responsável pelo corte da vegetação ainda não foi identificado. De acordo com a secretária, o acesso ao local é difícil, o que prejudica o monitoramento.
A estação de Guabiruba, que ficou inoperante por dois dias, abastece a maior parte da cidade e trata 25 litros de água por segundo. Na época, as aulas nas redes municipal e estadual precisaram ser suspensas. Conforme o engenheiro químico da Casan José Luciano Soares a interrupção no tratamento foi necessária porque a turbidez da água chegou a 250, número 50 vezes maior que o normal, que é cinco.
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