Poluição no rio suspende abastecimento de água e aulas no Médio Vale do Itajaí

A Companhia Catarinense de Água e Saneamento Básico (Casan) suspendeu o abastecimento de água no município de Guabiruba, no Médio Vale do Itajaí, depois que foi detectada a contaminação do rio Itajaí-Mirim por um poluente que alterou a coloração da água. O problema foi detectado no início da madrugada desta quinta-feira. A interrupção do abastecimento ocorreu por volta da meia-noite depois que a água do rio Guabiruba Sul, que desemboca no Itajaí-Mirim, ficou laranja, com aspecto oleoso, sendo possível ver pontos de pigmentação.

A cidade já está sem água, exceto os bairros Lageado Baixo e uma parte de Guabiruba Sul, que são abastecidos pela Estação de Tratamento de Água (ETA) de Lageado Baixo, localizada antes do ponto de contaminação. Essa estação, pórém, fornece 12 litros de água por segundo. A de Guabiruba Sul, onde foi detectado o problema e que abastece a maior parte da cidade, trata 25 litros de água por segundo.

Nesta quinta-feira à noite era feita a limpeza dos filtros na ETA de Guabiruba Sul, para que o reservatório possa ser novamente enchido e, assim, restabelecer o abastecimento, o que deve ocorrer somente no sábado.

De acordo com o engenheiro químico da Casan José Luciano Soares o operador plantonista da ETA identificou a contaminação pela mudança brusca na coloração da água e, na sequência, fechou o abastecimento da cidade:

– A água bruta, sem tratamento, tem uma cor amarelo claro, e como (o poluente) é um corante de cor laranja muito forte ele automaticamente identificou a diferença e fechou a ETA. Estamos tentando investigar quem ou qual foi a empresa que acabou contaminado o rio. Nesse momento ainda está sendo lançado o poluente desconhecido e que afetou todo o tratamento na estação.

O engenheiro explica que a interrupção no tratamento foi necessária porque a turbidez da água chegou a ficar 50 vezes maior que o normal: o índice nomal, que é cinco, chegou a 250. Agora o número está em 64.

Amostras da água foram coletadas por uma equipe da Casan de Florianópolis que esteve no local nesta quinta-feira à tarde e serão encaminhadas para a Capital e para um laboratório em São Paulo para identificar se o poluente é tóxico e quais riscos pode oferecer. A Casan pede que a população racione o consumo de água, já que há risco de desabastecimento, pois a água não será tratada enquanto o poluente estiver em níveis altos.

A secretária de Meio Ambiente, Bruna Eli Ebele, diz que a Polícia Militar Ambiental foi acionada para auxiliar nas buscas e identificar o motivo e local da contaminação. Como há máquinas trabalhando no rio no bairro Guabiruba Sul, a suspeita é de que alguém possa ter aproveitado que o trabalho mexe a terra e muda a cor da água para despejar resíduos químicos no rio:

– Estamos tomando todas as providências para minimizar os impactos ambientais, inclusive avisamos o Samae de Brusque, pois essa água vai até lá.

Aulas foram suspensas

Também devido à contaminação as aulas nas redes municipal e estadual de ensino do município – Escolas Professor Carlos Maffezolli, Professor João Boos e Apae – foram suspensas nesta sexta-feira.

Mais informações sobre a falta de água em Guabiruba podem ser obtidas na Casan pelo telefone (47) 3354-0411 e sobre as aulas com a Secretaria de Educação pelo telefone (47) 3350-5292.