A estrutura de uma das esteiras de embarque de grãos do SCPar Porto de São Francisco do Sul, que teve cerca de 40 metros de área danificada e cedeu no último dia 11, já havia ficado parada para reforma durante ao menos 25 dias, em fevereiro. A informação foi relatada por funcionários e operadores que trabalham na unidade portuária. Conforme levantamento do Jornal A Notícia, análises técnicas feitas por três engenheiros após a manutenção, no mês passado, já indicavam a necessidade de reparos mais consistentes na galeria.
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O diretor-presidente do SCPar Porto de São Francisco do Sul, Luis Furtado, disse ao “AN” que realmente houve uma paralisação no carregamento daquela esteira na ocasião, mas diferente da semana passada, a outra travessia de cargas a granel continuou operando normalmente. Ele não especificou datas e explicou que as questões técnicas referentes a esses reparos devem ser respondidas pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) – responsável pela manutenção das esteiras de embarque do terminal graneleiro.
— Ao que cabe à administração do Porto, essa paralisação de fevereiro não representou prejuízos porque a outra esteira continuou trabalhando e como a quantidade de navios fundeados era menor, essa situação não chegou a afetar as operações portuárias e os carregamentos — comentou Furtado.
Serviço retomado
O embarque de grãos ao exterior via SCPar Porto de São Francisco do Sul foi retomado por volta das 19 horas desta segunda-feira (19), com a liberação da primeira das duas esteiras de carregamento do terminal graneleiro. O retorno parcial do serviço ocorreu pouco mais de uma semana depois que parte da estrutura do corredor de exportação 15-B, cedeu. Com o retorno das atividades, parte da capacidade de operação está garantida.
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A exportação de granel sólido ficou paralisada por oito dias nos dois “trippers”, em um deles devido a queda da estrutura. No outro, por precaução, e necessitou de reforço para abarcar a atividade. É este que retomou as operações nesta segunda-feira. Os prejuízos para as empresas são estimados em ao menos US$ 1,2 milhão.
Cidasc comenta situação do terminal graneleiro
A reportagem entrou em contato com a Cidasc, por meio de seu presidente, Enori Barbieri. De acordo com ele, a companhia possui projeto pronto de reforma integral do terminal, mas devido aos altos custos (ao menos R$ 50 milhões), a Cidasc realiza os reparos necessários, conforme demanda. Isso porque o terminal opera há 40 anos, 24 horas ininterruptas, nos 365 dias no ano, e por se tratarem de máquinas, segundo ele, incidentes como o da semana passada são imprevisíveis.
No entanto, ele afirma que, com relação a paralisação de uma das duas esteiras de embarque, em fevereiro, ela ocorreu sem nenhum dano ao porto para manutenção. Já que um “chip loader” conseguiu manter as operações portuárias normalizadas.
— É importante salientar que em sete anos no terminal, apesar das limitações, até hoje não tivemos nenhum momento em que não houve embarque de grãos. Essa semana a atividade foi interrompida pela primeira vez, mas os descarregamentos continuaram, e a exportação foi retomada ontem em um dos “chip- loaders” em até mais de 50%, cerca de 70% da capacidade — explica.
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Conforme ele, os trabalhos agora são para a conclusão da reforma da esteira que cedeu, com previsão de ser concluída em até 60 dias, em um esforço conjunto das empresas que operam no porto. A Cidasc também afirma que fez pedido de dispensa de licitação ao Governo para contratação de uma empresa para realizar obras no terminal.
— O objetivo agora é desafogar (a quantidade de navios que aguardam carregamento) e normalizar a exportação dos grãos. Apesar desse atraso e dos problemas, este é o terminal mais eficiente do Brasil e responde por 10% de todos os grãos exportados pelo País — declara.
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