Um passo para reduzir o alto índice de cesáreas. Foi assim que entidades e profissionais de Santa Catarina classificaram as novas normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que começaram a valer nesta segunda-feira. A partir de agora, as operadoras de planos de saúde devem informar percentuais de cesáreas realizados por médicos e hospitais e fornecer o cartão da gestante, onde será detalhado o pré-natal e condições maternas e fetais.
Continua depois da publicidade
Perguntas e respostas sobre a resolução da ANS
Ainda que exija o partograma, documento gráfico que deve conter tudo o que ocorre durante o trabalho de parto e que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1994, as mulheres que optarem por cesárea sem justificativa médica, serão reembolsadas pelo plano, desde que assinem um termo de consentimento. Ainda assim, a coordenadora da Rede Cegonha no Estado, Carmem Regina Delziovo, acredita que, se aliada a mais informação, a iniciativa é importante para reduzir o percentual de cesáreas, que em 2014 chegou a 60% em SC.

– A mulher precisa estar informada do que é risco e do que não é. Acreditamos que vai ajudar, porque vai impulsionar a mudança, mas precisa estar associada a diversos fatores, como informação e formação de profissionais – diz.
Continua depois da publicidade
Ricardo Maia Samways, presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de SC, também enxerga a resolução como uma alternativa para diminuir a taxa de cesariana em SC, que “está bastante alta, principalmente na rede privada”.
– A paciente acaba optando pela cesariana pelo medo da dor, que hoje ainda é uma realidade, e a própria desorientação pelo parto normal. Além disso, tem a comodidade. Hoje o parto é um evento social, a paciente marca e avisa a família e muitos partos são transmitidas até pela internet – explica Samways.
Leia mais notícias sobre parto
OMS aponta Brasil como líder em cesáreas
O Brasil é campeão mundial de cirurgias cesarianas. Enquanto o índice recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 15%, na rede privada de saúde, chega a 84,6%. Atualmente, 23,7 milhões de mulheres são beneficiárias de planos de assistência médica com atendimento obstétrico no país.
Continua depois da publicidade