Há 53 anos, a Congregação das irmãs Canossianas inaugurava uma escola de educação infantil no bairro Boa Vista. Ela ficava em uma rua sem calçamento e, na região logo em frente, os moradores se deslocavam sobre trapiches para chegarem às casas. São as lembranças que a irmã Tereza, atual diretora do Jardim Bakhita, guarda de sua primeira passagem pela escola, quando tinha 14 anos e iniciava a vida religiosa, em 1967.

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– Muitas crianças vinham sozinhas, de ônibus. Elas tinham a idade que os nossos alunos têm agora: 4, 5, 6 anos. Mas era tudo diferente. Hoje, não as deixamos irem sozinhas até o portão.

Atualmente, a escola de educação infantil atende 220 alunos de 2 a 6 anos e, do alto das escadarias, vê chegar outras realidades. A situação socioeconômica dos moradores do bairro mudou e, agora, eles são procurados até por famílias de outras regiões da cidade. Em muitas delas, há pais e mães que estudaram no Bakhita.

Juliana Quadros, 32 anos, é uma delas. Ela continua morando na mesma rua da infância, a poucas quadras da escola onde estudou no jardim de infância e pré-escola, como era chamada esta etapa da educação infantil no início dos anos 1990. O filho, Arthur, conheceu o local mais cedo: antes mesmo de completar dois anos, já era aluno do Bakhita, onde fica em período integral. Agora, aos cinco anos, se despede dos corredores e salas de aula para entrar no primeiro ano em outro colégio.

– Conhecer bem a escola foi fundamental para confiar em deixá-lo tão pequeno. Era o lugar que eu tinha como referência – diz Juliana.

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A recordação dela era de muito mais hábitos de irmãs canossianas, que atuavam como professoras na instituição. Presente no Brasil desde 1948, a congregação chegou a Joinville em 1961, para abrir a Escola Primária Tupy, o que influenciou na busca de terreno nas proximidades, levando à instalação do Jardim Bakhita no Boa Vista. Atualmente, não são mais as religiosas as responsáveis pelas aulas, mas elas estão presentes na vida das crianças no início da aula, para a oração da manhã; nos intervalos e na hora do lanche.

– Era com isso que a fundadora da congregação sonhava, em promover a educação e busca do autoconhecimento.

Juliana estudou na escola e agora tem o filho Arthur sendo educado no local
Juliana estudou na escola e agora tem o filho Arthur sendo educado no local (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)