Os mergulhadores da Guarda Costeira italiana anunciaram nesta terça-feira ter localizado outros cinco corpos a bordo do cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na noite de sexta-feira no litoral da ilha italiana de Giglio.

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Com os novos corpos, encontrados na proa da embarcação semissubmersa, o registro de mortos subiu para 11, informou o porta-voz da municipalidade de Giglio, Cristiano Pellegrini. Ele não soube informar se os corpos achados pertencem a membros da tripulação ou se são passageiros.

As equipes de resgate aceleraram nesta terça-feira as buscas para encontrar os desaparecidos usando cargas microexplosivas para abrir passagem em meio aos destroços, num momento em que as esperanças de encontrar as pessoas ainda desaparecidas após o desastre começaram a diminuir.

Números desencontrados

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Nesta terça, foi elevado para 29 o número de desaparecidos no naufrágio. Até então, o número era de 16. Segundo um funcionário da Guarda Costeira, são procurados 25 passageiros e quatro integrantes da tripulação. A declaração ocorreu durante entrevista a uma televisão estatal italiana. As equipes de resgate mantém a esperança de localizar sobreviventes.

Nesta segunda-feira, a operação de resgate foi suspensa em razão do mau tempo. Três horas depois, foram retomadas. O cautela é adotada em razão do temor de que o barco deslize e caia dos 37 metros de profundidade em que está tombado para uma fossa de 70 metros, onde ficaria completamente submerso, o que acabaria com as esperanças de poder encontrar com vida algum dos desaparecidos.

A Guarda Costeira divulgou uma foto mostrando suposto vazamento. O barco transportava 2,3 toneladas de diesel. O governo da Itália informou que deve decretar estado de emergência na região do naufrágio. E medida serviria para garantir acesso a fundos públicos na tentativa de evitar desastre ambiental.

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– O diesel é espesso e pesado, podendo ficar assentado no fundo do mar, o que seria um desastre – assegurou o ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini.

A área que tem encalhado Costa Concordia tem uma reserva natural considerada importante na Itália.

(Foto: Guarda Costeira / AP Photo)

Foto: Guarda Costeira / AP Photo

Manobra que cuminou no naufrágio seria homenagem a tripulante

Segundo o jornal italiano La Repubblica, o desvio de rota que aproximou o Costa Concordia da ilha de Giglio foi uma homenagem ao maitre Antonello, um membro da tripulação nascido na região. Por volta das 21h de sexta-feira (hora local), a irmã de Antonello, Patrizia Tivoli, postou em seu perfil no Facebook a seguinte mensagem:

“Daqui a pouco vai passar perto, perto o Concordia da Costa Crociere. Uma grande saudação ao meu irmão, que em Savona desembarcará para finalmente tirar umas férias.”

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Pouco depois, o Costa Concordia bateu em uma rocha próximo à ilha. De acordo com o La Repubblica, não é a primeira vez que o navio de cruzeiro faz manobras do tipo. Em agosto, o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli, escreveu a um site de notícias local agradecendo publicamente pela passagem do Costa Concordia na costa da ilha, que se encontrava cheia de turistas.

Um dia depois do acidente, o capitão do navio foi detido pela polícia italiana.

O navio Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, com 4,5 mil pessoas a bordo, das quais 53 eram brasileiras. Todos os brasileiros sobreviveram.