A Construtora Roca, que desistiu de realizar as obras emergenciais na Ponte Hercílio Luz, comentou os motivos da recusa ao contrato nesta quarta-feira. O proprietário da empresa paranaense, Raul Ozorio de Almeida, afirmou que não foi possível chegar aos termos jurídicos junto ao governo do Estado. Segundo ele, houveram discussões exaustivas sobre o assunto, mas, ao somar diversos fatores complicadores, a empreiteira optou por não assumir o trabalho.

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– Conversamos muito, o governo foi bastante compreensivo, mas não conseguimos viabilizar o contrato. O valor da verba não estava adequado. O prazo (de seis meses) para conclusão da obra, em regime emergencial, foi outro fator. E ainda discutimos várias possibilidades que poderiam dificultar o andamento da obra, Somando tudo isso, decidimos não assumir – disse o empresário.

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Entre as possibilidades que teriam dificultado o fechamento do contrato estava a chance das obras serem novamente interditadas por uma medida judicial, já paralisadas uma vez após o Tribunal de Justiça acatar uma liminar movida pela Espaço Aberto, empresa responsável pela restauração da ponte até ter o contrato rescindido em agosto de 2014. Outra questão estava na impossibilidade de aumento do prazo para a conclusão dos trabalhos dentro de 180 dias.

Desde que a Procuradoria-Geral do Estado derrubou a liminar de interdição, no dia 30 de dezembro do ano passado, a empresa e o governo do Estado vinham negociando detalhes contratuais, com a expectativa oficial de assinar a ordem de serviço ainda no começo de janeiro.

O contrato, que continua em regime emergencial, é para executar a etapa chamada de “Ponte Segura”. Trata-se da montagem da estrutura de sustentação do vão central e que deve ser concluída num prazo de 180 dias após assinatura da ordem de serviço.

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::Entenda o caso

Junho de 2014

O governo do Estado toma a decisão de rescindir contrato com o consórcio liderado pela Espaço Aberto, sob alegação de que a empresa não estava cumprindo o cronograma das obras da segunda etapa de restauração da ponte. A companhia afirma que o Executivo estadual não vinha realizando os pagamentos e, por isso, tinha suspendido os trabalhos.

Agosto de 2014

O Deinfra anuncia oficialmente a rescisão contratual com a Espaço Aberto. Por meio de um contrato emergencial, o governo começa a procurar uma empresa substituta.

Novembro de 2014

A TDB Produtos e Serviços, com a qual o governo vinha negociando para dar continuidade na etapa da “Ponte Segura”, resolve desistir do contrato.

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Dezembro de 2014

O Tribunal de Justiça de SC acata recurso da Espaço Aberto e suspende a continuidade das obras emergenciais na ponte – mesmo sem elas estarem em andamento. No fim de dezembro, a Procuradoria-Geral do Estado reverte a decisão e derruba a liminar, abrindo caminho para contratação da Construtora Roca.

Janeiro de 2015

A Construtora Roca e o governo passam o mês negociando ajustes contratuais. Diante do risco de novas interdições e prejuízos, a empresa também resolve desistir dos trabalhos.