Em uma disputa considerada imprevisível, cerca de 39 mil pessoas vão às urnas nesta quarta-feira em cinco cidades catarinenses para o primeiro turno das eleições para a reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A comunidade acadêmica terá de decidir em um quadro politicamente fragmentado quais dos cinco candidatos devem se encontrar no segundo turno, marcado para 11 de novembro.

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Tão disputadas como prefeituras, UFSC e Udesc preparam eleições para reitores

Os grupos políticos que se enfrentaram há quatro anos vieram divididos para a nova disputa. Atual reitora, Roselane Neckel concorre à reeleição em defesa de um mandato marcado por polêmicas. Terceiro colocado na eleição passada, Irineu de Souza está de novo no páreo tentando atrair o eleitorado mais à esquerda e os servidores – hoje professor, ele atuou como funcionário técnico-administrativo na UFSC.

Dissidências na UFSC expõem antecipação de debate eleitoral

Na eleição passada, Irineu apoiou Roselane no segundo turno contra Carlos Alberto Justo da Silva, o Paraná, e chegou a ter nomes de seu grupo nomeados para cargos na reitoria. O rompimento aconteceu em fevereiro do ano passado, especialmente em função da polêmica sobre adoção da regime de 30 horas para todos os funcionários da universidade. Roselane não levou a proposta de Irineu adiante alegando parecer contrário da procuradoria federal.

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Da mesma forma, também se dividiu o grupo político responsável pelas vitórias dos ex-reitores Rodolfo Pinto da Luz, Lúcio Botelho e Álvaro Prata (de 1996 a 2012) e que apoiou Paraná em 2011. Luiz Carlos Cancellier é o principal herdeiro, tendo apoio declarado de Botelho e Prata. A dissidência fica por conta de Edson de Piere, vice-diretor de Centro Tecnológico. Nesse contexto, também está colocada a candidatura de Márcio Amante.

Apesar de fragmentação, o clima de disputa não tem se mostrado acirrado no primeiro turno.

– Até agora foi muito tranquilo e esperamos que continua assim – afirma a presidente da Comissão Eleitoral da UFSC, Terezinha Ceccato.

Os principais debates tratam da segurança no campus de Florianópolis, a jornada de seis horas para todos os servidores e a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal criada pelo governo federal para gerir os hospitais universitários.

Na eleição para a reitoria, as regras determinam o mesmo peso dos votos para professores, estudantes e servidores. Dessa forma, os cerca de 33 mil alunos valem o mesmo que os 2,3 mil professores e os 3,1 mil funcionários. Se um dos candidatos alcançar a maioria dos votos dentro desse sistema, será eleito em primeiro turno. A votação acontece das 8h às 21h e será realizada em urnas eletrônicas – o resultado oficial deve demorar cerca de uma hora.

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