Um toque com a mão na bola, em cima da linha do gol, e um pênalti não marcado ecoam até hoje na memória do futebol joinvilense. Foi este lance não apitado por Romualdo Arppi Filho – árbitro da final da Copa do Mundo de 1986 – que tirou do Joinville a chance de conquistar um empate heroico com o maior time da década de 1980, o Flamengo.

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O Rubro-negro já não era mais aquela máquina, mas chegou ao Ernestão com o respeito que merecia um time tricampeão brasileiro (venceu em 1980, 1982 e 1983) e campeão da Libertadores e do Mundial (em 1981). O ano era 1986. O JEC era treinado por Eduardo Antunes Coimbra, irmão de Zico, que só não estava em campo pelo Fla porque estava se recuperando do desgaste físico da Copa do Mundo.

– Era um adversário duro e sabíamos disso. Mas era o jogo para a arrancada rumo à classificação. O time tinha Walter, Leandro, Ricardo Freitas, Dorival Júnior, Nardela, Maringá e Paulo Egídio. Impunha respeito! – recorda Mario Nascimento, apaixonado torcedor do Joinville.

O Ernestão estava apinhado de gente para ver a partida. Os números oficiais dizem que eram 20.673 pessoas, mas quem esteve lá garante que tinha mais gente.

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Para a decepção de toda essa massa, o Flamengo começou melhor. Com seu toque de bola, envolveu o JEC – o que era raro nas partidas no Ernestão – e abriu o placar com Kita. A chance de empate do Tricolor apareceu no segundo.

– Numa jogada envolvente, vimos o empate desenhado. O goleiro Zé Carlos batido, nosso atacante chutou para o gol vazio. Mozer esticou o braço em cima da linha e evitou o gol. Pênalti escandaloso! – diz, indignado.

Após o jogo, o árbitro teria dito que o toque foi involuntário.

Com este balde de água fria o JEC perdeu suas forças e viu Jorginho ampliar. Aos 21, Mirandinha descontou para o Joinville, mas de nada adiantou.

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