Pesquisador da Univali, José Angel Alvarez Perez destaca as preocupações sobre a decisão judicial que fez valer nova lista de espécies em extinção e afetou a pesca em todo o país:

Continua depois da publicidade

A queixa dos armadores, de que faltaram estudos, faz sentido?

É difícil dizer se estão totalmente certos ou errados. Estudos completos, que poderiam apresentar respostas definitivas, são raros no país. As pessoas que participaram das reuniões levaram a melhor informação que tinham, talvez tenha sido aquém do necessário. Mas como não se tem conhecimento sobre muitas espécies, essas decisões genéricas são necessárias. Por outro lado, é uma decisão drástica com muita incerteza envolvida. Tem uma ideia nos órgãos do meio ambiente que é princípio da precaução: quando se sabe pouco, é melhor não pescar.

Decisão judicial faz valer nova lista de espécies em extinção

Continua depois da publicidade

As espécies estão de fato ameaçadas?

Não analisei a lista. Sabemos que algumas são sabidamente ameaçadas, outras foram muito mais na ideia de precaução. O problema é que as pescarias são multiespecíficas, pescam acidentalmente outras espécies.

Impactos da lista de espécies em extinção são avaliados em estudos sobre manejo

A proibição funciona?

Não sou a favor desse tipo de medida no ambiente marinho. Querer que uma espécie não caia numa rede é impossível. A gestão tem que ser feita de outra forma, por áreas, reservas, em que se pode proteger uma parte dessas espécies, talvez assim o sucesso seja maior. Desenvolver pesquisas em aparelhos mais seletivos, convencer a mudar a forma de pescar.

Será covardia se autuarem barcos em alto mar, diz presidente do Conselho Nacional de Pesca

É possível reduzir essas capturas?

É difícil de ser controlado. O controle é no desembarque, e esses peixes vão acabar sendo jogados fora. Difícil pensar que isso ajude de forma definitiva.

Continua depois da publicidade