Como principais medidas acordadas com países do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha), o Irã deve suspender o enriquecimento de urânio e conter a construção do reator nuclear de água pesada de Arak, que irá gerar o plutônio, um elemento alternativo que também pode ser usado em armas nucleares.

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Além disso, Teerã iniciará um processo de transparência sem precedentes, com livre acesso à inspeção internacional de armas, informou a rede Al-Jazeera.

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Conforme disse o novo presidente iraniano, Hasan Rohani, os esforços entre Ocidente e Oriente “abriu novos horizontes”. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, o povo de seu país pode começar a “recuperar a confiança perdida”:

– O povo iraniano exige respeito pelos seus direitos e dignidade. É importante recuperar a confiança (das pessoas) e eu espero que esse processo possa fazê-lo. Esse é apenas o primeiro passo.

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Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia, mostrou-se otimista em um acordo de longo prazo – o projeto tem duração de seis meses e pode ser renovado. Segundo ela, essa primeira conversação pode levar a uma futura negociação global.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Porém, o ministro da Inteligência daquele país argumentou que o acordo está longe de ser satisfatório:

– Esse acordo ainda é ruim e vai tornar mais difícil do que antes encontrar uma solução apropriada no futuro.

Negociações

As discussões atuais se baseiam em um texto de 9 de novembro, redigido na rodada anterior de negociação. O projeto de um “acordo provisório” de seis meses – renovável, segundo uma fonte ocidental – prevê que o Irã limite seu programa nuclear em troca do abrandamento das sanções internacionais contra o país.

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Os iranianos defendem seu “direito” de poder enriquecer urânio, mas países ocidentais e Israel suspeitam de que Teerã queira fabricar a bomba atômica.

– Insistimos no nosso direito ao enriquecimento (de urânio) que deve ser reconhecido claramente no texto do acordo – disse no sábado o chefe da equipe negociadora iraniana, Abbas Araqchi.

O direito a enriquecer urânio não consta do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), firmado pelo Irã. Esse ponto está no centro das preocupações dos países ocidentais e de Israel, que temem que o Irã utilize o urânio enriquecido a 20% para obter urânio a 90%, de uso militar. O governo iraniano insiste em que o objetivo do programa é para fins pacíficos.