Diplomatas do Irã e dos países do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) chegaram a um acordo para a redução do programa nuclear do país do Oriente Médio na madrugada deste domingo, horário de Brasília. O anúncio foi feito pelo porta-voz da chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton, Michael Mann, pelo Twitter.
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#EU High Rep #Ashton: “We have reached agreement between E3+3 and Iran.”
– Michael Mann (@EUHighRepSpox) 24 novembro 2013
Em troca, o Irã terá diminuídas as sanções que pesam sobre a economia do país, entre elas a liberação de US$ 4 bilhões em divisas para produção de ouro e às indústrias petroquímica e automobilística. Desde quarta-feira, em Genebra (Suíça) os representantes diplomáticos das sete nações tentavam fechar o acordo para limitar o polêmico programa nuclear iraniano.
– Conseguiremos um acordo somente se acharmos que se trata de um acordo verdadeiramente útil que trata dos problemas que o programa nuclear iraniano representa – advertiu ainda no sábado o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague.
Ao comentar o histórico dessa confrontação de mais de 10 anos entre o Irã e o Ocidente, o diplomata britânico lembrou:
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– Nos lembramos da História, até que ponto esse programa foi encoberto e desafiou os acordos internacionais.
As discussões atuais se baseiam em um texto de 9 de novembro, redigido na rodada anterior de negociação. O projeto de um “acordo provisório” de seis meses – renovável, segundo uma fonte ocidental – prevê que o Irã limite seu programa nuclear em troca do abrandamento das sanções internacionais contra o país.
Os iranianos defendem seu “direito” de poder enriquecer urânio, mas países ocidentais e Israel suspeitam de que Teerã queira fabricar a bomba atômica.
– Insistimos no nosso direito ao enriquecimento (de urânio) que deve ser reconhecido claramente no texto do acordo – disse no sábado o chefe da equipe negociadora iraniana, Abbas Araqchi.
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O direito a enriquecer urânio não consta do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), firmado pelo Irã. Esse ponto está no centro das preocupações dos países ocidentais e de Israel, que temem que o Irã utilize o urânio enriquecido a 20% para obter urânio a 90%, de uso militar. O governo iraniano insiste em que o objetivo do programa é para fins pacíficos.