Cerca de duas horas após o Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) entrarem em acordo para resolver as incertezas sobre o programa nuclear do país do Oriente Médio, o presidente americano, Barack Obama, fez um pronunciamento oficial na Casa Branca. Ele reforçou que tentava a negociação desde que assumiu o cargo:

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> Leia a íntegra do discurso de Obama (em inglês)

– Desde que tomei posse, tornei clara minha determinação em prevenir o Irã de obter uma arma nuclear. Nós estendemos a mão da diplomacia. Hoje, essa diplomacia abriu um novo caminho em direção a um mundo mais seguro.

Obama abordou o entendimento entre as seis potências mundiais para que o Irã recebesse um alívio, mesmo que modesto, das sanções econômicas impostas pelas Nações Unidas. Os iranianos devem ter acesso a US$ 4 bilhões para a produção de ouro e às indústrias petroquímica e automobilística.

– Pela primeira vez em quase uma década, nós freamos o progresso do programa nuclear iraniano. Agora não é o momento de aplicar novas sanções, porque fazer isso só irá prejudicar esse promissor primeiro passo – afirmou o presidente.

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Obama comemorou ainda o fato de a questão, que era abordada por diplomatas desde quarta-feira em Genebra, na Suíça, ter uma resolução amigável. As conversações começaram a caminhar para um desfecho positivo desde que Hassan Rouhani assumiu a presidência do Irã no lugar de Mahmoud Ahmadinejad neste ano.

– Como eu disse muitas vezes, meu objetivo é resolver essa questão pacificamente. Eu tenho uma profunda responsabilidade em tentar resolver nossas diferenças pacificamente, em vez de avançar para o conflito – finalizou Obama.

Acordo de seis meses e renovável

As discussões atuais se baseiam em um texto de 9 de novembro, redigido na rodada anterior de negociação. O projeto de um “acordo provisório” de seis meses – renovável, segundo uma fonte ocidental – prevê que o Irã limite seu programa nuclear em troca do abrandamento das sanções internacionais contra o país.

Os iranianos defendem seu “direito” de poder enriquecer urânio, mas países ocidentais e Israel suspeitam de que Teerã queira fabricar a bomba atômica.

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– Insistimos no nosso direito ao enriquecimento (de urânio) que deve ser reconhecido claramente no texto do acordo – disse no sábado o chefe da equipe negociadora iraniana, Abbas Araqchi.

O direito a enriquecer urânio não consta do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), firmado pelo Irã. Esse ponto está no centro das preocupações dos países ocidentais e de Israel, que temem que o Irã utilize o urânio enriquecido a 20% para obter urânio a 90%, de uso militar. O governo iraniano insiste em que o objetivo do programa é para fins pacíficos.