Em 2005, o paranaense Doomsday Ceremony causou ótima impressão com Apocalyptic Celebration, estreia que chamou a atenção por se esquivar dos floreios sinfônicos que permeavam o black metal naqueles tempos. Passou-se uma década, mas enfim o público tem acesso ao sucessor Black Heart, que chega ao mercado via Cogumelo Records.
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Dark Slumber na coluna da semana passada
Ainda que seja agressiva por natureza – em especial nas vocalizações –, é fato que os encantos da música extrema foram minimizados, priorizando melodias realmente grudentas que resgatam muito do feeling dos anos 80, com influências discretas do saudoso Dio, Judas Priest, W.A.S.P. etc.
Nesse ponto, o trabalho das guitarras é o grande destaque, belíssimo a ponto de posicionar o guitarrista Ciriato como um dos melhores do Paraná – e alguns dizem do Brasil. O repertório segue irretocável, onde o satanismo é a chave para questionar a curiosa relação entre o homem e suas crenças.
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Há toda uma envolvente beleza selvagem em meio ao furor desta rebelião em forma de música. Com requinte e maleabilidade em um gênero na qual a violência extrema é muito valorizada, o Doomsday Ceremony fez de Black Heart o melhor álbum de heavy metal do underground brasileiro em 2015. Simples assim. lml
Doomsday Ceremony: Black Heart
(2015 / Cogumelo Records)
01. Vultures of War
02. I Am
03. Voice of the Darkness
04. Intro
05. Slaves of Sin
06. Intro
07. Black Heart
08. Valley of Shadow
09. Fury
Ben Ami Scopinho está há mais tempo em Floripa do que passou em sua terra natal, São Paulo. Ilustrador e designer no DC, tem como hobby colecionar vinis e CDs de hard rock e heavy metal. E vez ou outra também escreve sobre o assunto.