Depois de atenderem a região de Lages e São Joaquim, no fim de 2016, as duas unidades móveis de atendimento à mulher do campo voltam a percorrer Santa Catarina. Essa é a promessa do governo estadual, apesar de cogitar devolver os ônibus lilás (cor que simboliza o feminismo) à Secretaria de Políticas para Mulheres, do então governo Dilma Rousseff, que utiliza-os como ferramenta dentro do Pacto Nacional Pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher.
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Os “lilasinhos”, como são chamados os veículos, devem passar por manutenção antes de deslocarem-se até Brusque e Itajaí ainda em março. Uma reunião nos próximos dias deve confirmar o cronograma completo.
As unidades móveis custaram R$ 1,1 milhão aos cofres públicos. A ideia é fazer com que os ônibus circulem por todas as regiões, especialmente aquelas carentes de delegacias especializadas e serviços sociais. Mas os “lilasinhos” ficaram três anos parados e expostos às intempéries climáticas.
Com a retomada da iniciativa, a coordenadora estadual da mulher, Aretuza Larroyd, reforçou a importância de os municípios estarem envolvidos no projeto em entrevista ao Bom Dia SC desta terça-feira.
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— Os municípios têm a grande tarefa de disponibilizar esses profissionais da área de saúde, assistência social, educação, e jurídica. A gente sabe que os ônibus precisam de manutenção. Precisamos ver como eles estão e deixar tudo funcionando muito bem para oferecermos 100% de garantia dos serviços — disse.
A primeira abordagem feita no fim do ano passado na região serrana foi avaliada positivamente pela coordenadora de mulheres da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, Agnes Weiwanko, também ao programa televisivo.
— Muitas mulheres vieram ao local onde estavam sendo desenvolvidas as atividades, com palestras educativas e também de informações às mulheres. A gente constata a grande deficiência que as pessoas ainda têm de saber os seus direitos. Cheguei a ouvir de algumas mulheres que elas só estavam vendo o suicídio como solução — relata em reportagem da RBS TV.
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Sobre o desuso dos ônibus, Agnes é taxativa:
— A gente tem que se mobilizar, questionar e cobrar do governo novamente porque nós não podemos aceitar que vá se danificando.
Com informações da RBS TV
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