Em maio, a rearticulação do Fórum Estadual começou. Depois da exoneração da titular no final de 2014 e seis meses sem coordenação, assumiu Célia Fernandes, a Celinha, ex-prefeita de Gravatal, no Sul do Estado. Espera-se pela assinatura de um decreto do governador para que a entidade seja oficialmente reconhecida.
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A coordenação está dentro da estrutura da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho e Habitação. Além das mulheres em áreas rurais, incluiu as populações indígenas, quilombolas e pescadoras.
Dois ônibus para prevenção à violência contra a mulher na área rural estão parados em SC
A intenção de Celinha é fazer os lilasinhos rodarem ainda em 2015. Mas não há garantias, pois sem combustível e manutenção, os veículos não andam:
– Elaboramos um projeto no valor de R$ 400 mil e encaminhamos para Brasília para conseguir recursos – afirma Celinha.
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A Secretaria de Políticas para as Mulheres, na Capital Federal, diz que outros Estados assumiram o custo dos veículos e que não há rubrica para isso.
Agnes Weiwanko, da Coordenação Estadual de Mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) reconhece a importância das unidades móveis:
– Não temos números sobre a violência no campo no Estado, mas sabemos que é uma realidade. Além do medo, a distância dos serviços básicos impede a formulação de denúncias e estimula a impunidade dos agressores.
Agnes explica que a Coordenação da Mulher da Fetaesc atua em um tripé: enfrentamento à violência contra a mulher, desenvolvimento rural sustentável com igualdade de gênero e direito à posse e ao título da terra por parte das mulheres. Para ela, a violência contra a mulher no campo tem outras faces.
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– Há demora no serviço de saúde. Não exatamente no atendimento, mas na realização de exames médicos – afirma.
Agnes acredita que o tema tem relação com autonomia e renda. Diferentemente da mulher urbana, que tem mais opções de trabalho, no campo, elas dependem muito da renda da propriedade rural.