Dois garotos de 17 anos foram apreendidos na manhã desta quarta-feira, 10 de maio, suspeitos de participação na morte de Alan Santos, 24 anos. O crime ocorreu no dia 29, mesma data em que a cabeça dele foi encontrada em uma mochila na rua Nossa Senhora de Fátima, no bairro Vila Cubatão, por moradores. O corpo foi encontrado na Estrada Geral do Itapocu, em Araquari, na noite seguinte.
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A investigação do crime foi coordenada pelo delegado Elieser Bertinotti, da Delegacia de Homicídios de Joinville. Como não havia testemunhas nem imagens de câmeras de segurança para orientar o início da diligência, os policiais civis partiram de conversas e pesquisas nas comunidades onde o crime poderia ter ocorrido e dependeram da colaboração de denúncias pelas redes sociais da Delegacia.
Entre os dois adolescentes apreendidos, apenas um deles tem passagens pela Polícia Civil por ocorrências como furto de veículos e tráfico de drogas. Ele não confessou nenhuma participação no crime, mas a investigação levou a Polícia Civil a conseguir provas que o ligam ao homicídio.

O outro garoto de 17 anos confessou a autoria do homicídio. Segundo ele, Alan foi até o local em que o crime foi cometido, uma casa que funcionava como ponto de tráfico de drogas na rua Corumbá, no bairro Profipo, de forma voluntária. Lá, ele foi conduzido até os fundos da casa, onde foi morto por asfixia e com quatro facadas no pulmão. Um vídeo de Alan sendo asfixiado chegou a ser compartilhado nas redes sociais. O adolescente disse não ter participado da decapitação e não revelou nomes de outros participantes do crime.
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Se a participação for confirmada, os dois garotos poderão responder por homicídio, vilipêndio e ocultação de cadáver. Segundo o delegado Dirceu da Silveira Jr, os adolescentes participam de uma facção criminosa — a mesma que, no ano passado, tinha integrantes que foram acusados da morte e decapitação de Israel Melo Júnior, 16 anos. Este caso está em fase de julgamento dos sete indiciados pelo crime. Como afirma o delegado Fabiano Silveira, a decapitação faz parte da simbologia de um crime inserido na guerra de facções.
A família de Alan contou à reportagem de A Notícia na época do crime que ele fazia bicos como pintor. Filho de pais religiosos, havia frequentado a igreja evangélica por muitos anos. Aos 15 anos, começou a se envolver com drogas. O pai, Neri Santos, lembrou que, no dia do crime, ele recebeu uma ligação por volta das 17 horas e saiu de casa dizendo que ia ao bairro Ullysses Guimarães.