As causas do acidente que culminou no naufrágio do navio Costa Concordia, que matou pelo menos seis pessoas no litoral da Itália, continuam sendo tema de controvérsia e suspeitas.

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Nesta segunda-feira, enquanto um executivo da companhia de cruzeiro afirmava que o comandante da embarcação fez um desvio de rota não autorizado, jornais italianos noticiavam que o motivo da manobra que aproximou o navio da costa seria uma homenagem a um membro da tripulação, nascido na região.

O presidente do Conselho de Administração da companhia Costa, Pier Luigi Foschi, afirmou que o naufrágio desta sexta-feira foi consequência de um desvio de rota não autorizado, feito pelo comandante do navio.

O capitão, Francesco Schettino, foi detido pelas autoridades e sua atuação está sendo investigada. Foschi disse que a empresa vai dar ao capitão toda a assistência legal necessária, mas que a companhia se dissocia do seu comportamento. Schettino é acusado por várias testemunhas de ter se aproximado demais da costa, o que fez com que o navio batesse em rochas. Um buraco foi aberto no casco do cruzeiro.

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Segundo o presidente, as embarcações da Costa Crociere têm as suas rotas programadas e há um sistema de alarmes que dispara quando se registram desvios.

– Esta rota foi estabelecida corretamente. O fato de o navio ter se afastado da rota deve-se a uma manobra do comandante que não foi aprovada, autorizada ou do conhecimento da Costa Crociere – afirmou Foschi.

Manobra que culminou no naufrágio seria homenagem a tripulante

Segundo o jornal italiano La Repubblica, o desvio de rota que aproximou o Costa Concordia da ilha de Giglio foi uma homenagem ao maitre Antonello, um membro da tripulação nascido na região. Por volta das 21h de sexta-feira (hora local), a irmã de Antonello, Patrizia Tivoli, postou em seu perfil no Facebook a seguinte mensagem:

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“Daqui a pouco vai passar perto, perto o Concordia da Costa Crociere. Uma grande saudação ao meu irmão, que em Savona desembarcará para finalmente tirar umas férias.”

Pouco depois, o Costa Concordia bateu em uma rocha próximo à ilha. De acordo com o La Repubblica, não é a primeira vez que o navio de cruzeiro faz manobras do tipo. Em agosto, o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli, escreveu a um site de notícias local agradecendo publicamente pela passagem do Costa Concordia na costa da ilha, que se encontrava cheia de turistas.

Neste sábado, o capitão do navio foi detido pela polícia italiana.

O navio Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, com 4,5 mil pessoas a bordo, das quais 53 eram brasileiras. Todos os brasileiros sobreviveram. Pelo menos seis pessoas morreram.

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