Desde 2008, ano em que a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff disse que o governo tinha a intenção de acelerar obras federais, entre elas a duplicação da BR-280, o trecho de cerca de 74 quilômetros da rodovia registrou quase seis mil acidentes, que tiraram a vida de 152 pessoas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a maioria dos incidentes com vítimas fatais é provocada por colisões frontais. Com pista dupla, esse tipo de batida poderia ser evitada.

Continua depois da publicidade

Clique aqui e confira a página especial

André Ortega, inspetor da PRF, pondera que o alto índice de acidentes não está exclusivamente ligado às condições da rodovia, mas também ao comportamento do motorista. Porém, ele acredita que a duplicação traria melhores condições de tráfego e impossibilitaria as ultrapassagens perigosas, responsáveis pelas piores tragédias.

Acidentes envolvendo veículos cruzando a rodovia e atropelamentos de pedestres ocupam a segundo e terceira posições, respectivamente, no ranking de colisões fatais. A construção de viadutos, marginais e passarelas é peça-chave na redução desse tipo de acidente. Os moradores se arriscam a todo momento, pois precisam cruzar vários trechos da rodovia para ir ao mercado, à escola, à igreja, ao trabalho e até para pegar o ônibus.

Continua depois da publicidade

– Para atravessar de carro, a gente fica quase meia hora esperando. A pé, é o mesmo problema. Os políticos só prometem e não fazem nada. Nem duplicação, nem passarela, nem uma lombada não colocam aqui. Já vi coisa feia nesse asfalto. Tenho um colega que está na cadeira de rodas. É muito sério, tem que tomar alguma providência. Do jeito que está, não dá – reclama o morador Mauri Friede, que tem 54 anos e mora há 28 em Araquari.

Já o problema das filas, avalia Ortega, não se resolve com duas pistas em ambos os sentidos. O congestionamento comum de final de ano permaneceria o mesmo, pois a frota de veículos aumentou consideravelmente – e a tendência é crescer ainda mais, em uma velocidade superior à das obras, que já começaram em desvantagem. Ainda que não resolva os congestionamentos de feriados e finais de semana, a duplicação funcionaria para agilizar o escoamento e o transporte diário de cargas na região Norte do Estado.

– Por causa do Porto de São Francisco do Sul, a duplicação é importantíssima. Não vai resolver o problema das filas, mas ajudará a escoar o trânsito pesado e evitará as colisões frontais – destaca Ortega.

Continua depois da publicidade

O caminhoneiro Ailson Cercal, de 42 anos, sente na pele os efeitos da demora da duplicação. Ele, que mora em São Francisco do Sul, cruza a BR-280 todos os dias transportando cargas para o Porto de Itajaí. Por causa do trânsito pesado, costuma perder os prazos.

– Perdemos muito horário e, muitas vezes, temos que ficar de um dia para o outro para poder descarregar o contêiner na transportadora – revela.

MULTIMÍDIA: clique aqui e leia a reportagem completa