Assim que Devanir Loss, 49 anos, surgiu na delegacia de Balneário Piçarras para registrar o desaparecimento da mulher no início de maio, o delegado Wilson Masson desconfiou da história contada. O pedreiro teria dito que ela estava sumida, mas suspeitava que tivesse fugido com um amante.

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Dias depois foi Loss quem desapareceu da cidade. Ele foi para o Paraná levando os quatro filhos da mulher desaparecida Flávia Sousa França, 25, e as duas sobrinhas da jovem que moravam com o casal.

A mãe de Flávia, que recebeu os netos em casa no Paraná, também estranhou a história e contatou a polícia em Piçarras. Depois disso surgiu um boato em Arapongas (PR), onde o suspeito estaria vivendo, de que uma jovem teria sido morta e enterrada no Litoral catarinense.

A polícia no Paraná auxiliou os investigadores catarinenses com o caso. No entanto, apesar das desconfianças do delegado, ainda não havia subsídios para que a polícia pedisse a prisão de Loss.

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Policial Civil há 37 anos, Masson percebeu que algo na história não cheirava bem, foi então que o delegado conseguiu a expedição de um mandado de busca e apreensão para a sobrinha de Flávia de 15 anos. Segundo as investigações, a adolescente participou do assassinato da caixa de supermercado.

– Com o depoimento dela tudo ficou mais claro e conseguimos o mandado de prisão para o suspeito – explica o delegado Wilson Masson.

Loss acabou preso em Arapongas na semana passada. Ele estava no sítio de uma irmã e já teria confessado o crime para parentes. Para a polícia, ele também confessou o assassinato enquanto era trazido para Piçarras e mais tarde na delegacia.

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Versão da adolescente

A jovem contou à polícia que morava com a tia e Loss desde janeiro deste ano. Ela teria mantido um relacionamento com o suspeito e isso motivou o crime, que segundo ela foi premeditado.

No início de abril, a polícia acredita que entre os dias 8 e 10, Loss chamou Flávia e adolescente para comprar ovos de Páscoa. No caminho, o suspeito parou o carro na Estrada Geral da Lagoa e matou a mulher com golpes de faca e de um extintor de incêndio. Com o instrumento, ele teria dado uma pancada na cabeça da vítima.

A adolescente contou que ajudou. Sentada no banco de trás do veículo, ela disse que segurou Flávia pelos cabelos. A vítima se debateu e chegou a dar uma mordida no dedo da sobrinha.

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Localização do corpo

Depois de ser apreendida, a jovem foi com a polícia até o local onde o corpo estaria enterrado. Mas as tentativas para localizar foram em vão. Flávia foi morta num trecho cerca de sete quilômetros estrada adentro. O corpo foi colocado no porta-malas e o carro voltou pela via, sendo que o corpo foi deixado no primeiro quilômetro da estrada.

Ao ser levado ao local na noite de terça-feira, Loss, porém, não titubeou. Mesmo no escuro, indicou o local exato onde Flávia havia sido enterrada. A terra ainda estava fofa, de acordo com a polícia.