O aumento de 169% no número de homicídios durante os dois primeiros meses de 2017 com relação ao mesmo período de 2016 levantou a discussão sobre o combate à criminalidade em Florianópolis. Ênio Matos, delegado de Homicídios da Capital, avalia que o crescimento das ocorrências foi ocasionado também pela dificuldade das polícias em obter informações sobre os grupos criminosos dentro das comunidades.

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Em entrevista à rádio CBN Diário nesta quinta-feira, Matos falou sobre o trabalho da Polícia Civil:

Esse número de 37 mortes é muito elevado, não é? Qual é o motivo desse aumento de violência?

Eu acho que isso é a banalização da vida, a falta de princípio das pessoas, que, por qualquer coisa, estão brigando e se matando. Além disso, o tráfico de drogas tem contribuído para o aumento dos assassinatos.

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O senhor entende que esses números altos são reflexo do crime organizado e da briga de facções?

Em alguns casos, sim, principalmente na favela do Siri e aquela briga na Chico Mendes. Mas a facção em si não tem feito tanta coisa, o que tem feito mais é o pequeno tráfico.

Com a estrutura que a Polícia Civil tem hoje, qual é a principal dificuldade para combater e investigar os crimes?

Eu tenho notado o temor das pessoas. As informações estão chegando cada vez menos e de maneira mais informal. A dificuldade para combater os crimes está nessa falta de informação. Claro que eu acho que o efetivo pode aumentar, mas essa não é a principal causa.

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Qual é o perfil dessas pessoas mortas?

A maioria é olheiro de tráfico, traficantes pequenos ou devedores do tráfico. No entanto, ultimamente, têm se repetido muitas mortes por brigas entre parentes.

É possível dizer que esse é um momento atípico na cidade?

Sim. Não tem explicação para esse movimento. Não dá para dizer qual é esse movimento, mas a Polícia Militar está presente nas ruas.

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