A Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Itajaí tem recebido denúncias sobre o desaparecimento de Ivair Rogério Soares, 36 anos, e Gabriel Martins dos Santos, 21 anos. Moradores de Cubatão, em São Paulo, eles vieram para Navegantes a trabalho e não são localizados desde quinta-feira da semana passada. Há quase uma semana familiares de ambos estão na cidade em busca de notícias.

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Segundo a polícia, todas as pistas estão sendo investigadas, mas as informações ainda são bastante truncadas. A delegada responsável pela investigação, Flávia Gonçalves, acredita que tanto Gabriel quanto Ivair estão vivos.

– Não sabemos o que aconteceu a eles durante esses dias, mas acreditamos que eles estão vivos. Foram vistos em Itajaí recentemente – destaca.

Maria Zelein dos Santos, 48 anos, moradora da Baixada Santista em São Paulo, está em Navegantes em função do desaparecimento do filho Gabriel e de Ivair, marido da sobrinha. Eles perderam o contato com a família na noite de quarta-feira e na sexta a polícia foi comunicada do sumiço.

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Acompanhada do marido e outros parentes, Maria dos Santos está na pousada onde os rapazes estavam hospedados antes de sumirem. A rotina dos familiares nesses dias tem se dividido entre idas constantes à delegacia da comarca, à DIC de Itajaí e em uma investigação paralela à da polícia.

Foi por meio dessa apuração que Márcio Soares dos Santos, 33 anos, primo de ambos, conseguiu acesso à filmagem do último local onde Ivair e Gabriel foram vistos. Nas imagens das câmeras de monitoramento do boliche localizado em Itajaí eles aparecem sozinhos, bebem, jogam e pagam as comandas. Funcionários disseram que eles deixaram o local por volta das 3h de quinta-feira.

O contato de Gabriel com a mãe e a namorada, que também está em Navegantes, terminou na noite de quarta por meio do Whatsapp. Nas imagens ele aparece colocando o celular no bolso, o que faz ambas acreditarem que ele tenha ficado sem bateria. Depois ele não teria mais visualizado o aplicativo. Os celulares tanto de Gabriel quanto de Ivair permaneceram na caixa postal desde então.

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Os familiares também consultaram as informações bancárias e a última movimentação foi o pagamento da conta no boliche. Nesta quarta-feira, Márcio diz ter ido ao ferry boat tentar observar as filmagens da madrugada de quinta se os dois foram vistos passando por ali. Os trabalhadores estavam em um Focus prata que é do Ivair e desde então nem o carro foi localizado.

– Estamos tentando de todas as maneiras. Vou passar num hotel ali em Itajaí onde vi que tem câmeras voltadas para a rua. As pessoas tem sido muito solidárias nesse ponto – diz o primo.

Telefonemas

Três telefonemas de número restrito para o celular de Márcio chamaram a atenção da família nesta semana. Em todas as ligações não há qualquer tipo de diálogo, mas em uma delas o telefone permaneceu ligado por três minutos até desligarem sem dizer nada.

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– Claro que pode ser trote, porque se alguém está com eles acho que já teria feito contato. Para nós seria melhor porque pelo menos saberíamos o que aconteceu – diz Maria

Trabalho era rotina

Dono da empresa onde os desaparecidos trabalham e tio de Gabriel, Idiberto Soares dos Santos, 59 anos, conta que os rapazes vêm direto a Navegantes. Nesta viagem, Gabriel veio mais ou menos no dia 15 de junho para Navegantes e Ivair havia chegado na quarta-feira antes do desaparecimento. Idiberto conta que veio junto com Ivair.

Eles chegaram por volta das 13h e trabalharam até as 19h30 daquele dia. Depois disso, Idiberto ficou na pousada em Navegantes e não viu mais o sobrinho e o marido da sobrinha.

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O empresário também não fazia ideia de que eles iriam ao boliche. Somente na quinta-feira pela manhã tentou contato com ambos pelo celular e não conseguiu, mas não quis notificar a polícia porque achou prematuro. À noite começou a se preocupar.

– Na sexta-feira de manhã comuniquei a polícia e por volta das 9h30 acionei o escritório em Cubatão para que avisasse minha sobrinha e minha irmã, mãe do Gabriel – disse.

Naquela sexta-feira os familiares dos rapazes vieram para Navegantes atrás de respostas. Idiberto já percorreu as cidades vizinhas durante esses dias e não encontrou nem sinal dos funcionários. Eles estavam em um Fox prata que é do Ivair, placas IZV 2507 de Santos. Apesar da rotina em Navegantes, familiares dizem que ambos não tinham vínculos com a cidade. Não chegaram a fazer amizades e se comunicavam todos os dias.

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