Carla Montibeller, advogada que representa os cinco estudantes de Medicina da Furb que posaram em frente ao Teatro Carlos Gomes fazendo gestos que remetem ao órgão genital feminino, respondeu à reportagem do Santa por e-mail aos questionamentos sobre a decisão que derrubou o sigilo judicial da ação e também retirou a proibição da advogada Rosane Magaly Martins de citar o caso na internet.
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Em nota encaminhada à reportagem, Montibeller afirma que o acórdão está equivocado quando afirma que os estudantes divulgaram a imagem e também com relação ao conteúdo da foto, que teria tido uma interpretação distorcida. Confira o texto na íntegra:
“Em relação ao caso:
A fundamentação do acórdão equivoca-se ao afirmar que os autores divulgaram a foto. Os autores jamais divulgaram a imagem.
Este fato foi crucial para a acertada decisão do juiz de Blumenau, que determinou a imediata retirada da imagem do Facebook da ré nesta fase processual.
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Além do mais, a foto não foi registrada com o intuito de ser obscena, sendo esta uma interpretação distorcida.
Houve claro equívoco na decisão da Câmara Cível, razão pela qual será apresentado recurso no momento oportuno.”.
Ré no processo movido pelos os estudantes por ter compartilhado a imagem no Facebook, a advogada Rosane Magaly Martins comemorou a decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, emitida no início desta semana. Militante no combate à violência de gênero e pelos direitos das mulheres, Martins conta que recebeu a decisão aos prantos e que a fundamentação do recurso apresentado ao Tribunal foi elogiada pelos desembargadores.
Ela relembra que recebeu a imagem via WhatsApp com tom de denúncia, de outras garotas que já tinham visto a foto circulando em redes sociais, e decidiu compartilhar pela indignação com conteúdo ofensivo da foto:
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— Eu recebi só a foto, nem sabia quem eram eles, nome nem nada, e coloquei na minha página no Facebook como faço em qualquer postagem que eu identifique que vá contra os os ideais pelos quais a gente luta. Mas essa começou a ganhar uma repercussão enorme porque eram futuros médicos.
Com a decisão, a ação que tramita na Justiça de Blumenau passa a ser pública. Martins afirma que a sentença do desembargadores no recurso de sua autoria não é um pré-julgamento do processo, mas é uma demonstração do entendimento do Tribunal com relação ao conteúdo, que já foi analisado pelos desembargadores para que eles pudessem decidir sobre o segredo de Justiça.
Relembre o caso
Cinco estudantes de Medicina da Furb que posavam para fotografias em frente ao Teatro Carlos Gomes tiraram uma foto fazendo um gesto obsceno em referência ao órgão genital feminino. A imagem caiu nas redes sociais em abril, foi publicada pela advogada Rosane Magaly Martins com a legenda “Bacana futuros médicos. Vergonha. Muita Vergonha” e ganhou repercussão na internet. Na época, a Furb emitiu nota oficial informando que iria investigar o caso e repudiou a atitude dos acadêmicos.
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::: Furb vai investigar caso de estudantes que divulgaram foto com gesto obsceno