As empresas da região Norte apresentam o maior custo logístico de Santa Catarina _ R$ 0,19 por real faturado, contra R$ 0,14 em todo o Estado. No comparativo com a última pesquisa realizada na região, em 2008, não houve avanços e o valor se repete. O estudo foi conduzido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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A análise não contabiliza os conhecidos gargalos de infraestrutura, como a necessidade de duplicação da BR-280, as obras na BR-101 e as melhorias no acesso aos portos, demandas que são objeto de outros diagnósticos da entidade. Neste estudo inédito no País, os técnicos se debruçaram sobre questões como estoque, administração dos custos logísticos dentro da empresa e transporte.
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Na região Norte, os técnicos perceberam custos elevados com estoque e transporte. No caso do transporte, os valores se justificam pela estratégia de utilizar principalmente a modalidade de compra FOB, cujo valor do transporte é pago pelo destinatário. Em outras regiões do Estado, utiliza-se mais a modalidade na qual quem paga o transporte é o local de origem.
Em Santa Catarina, os custos com transporte representam 49% do total gasto pelas indústrias catarinenses com logística de suprimentos e produtos acabados. Isto significa que 7% do faturamento total do setor produtivo é direcionado para este fim, enquanto outros 7% são despendidos com estoque e armazenagem. O impacto sobre as indústrias do Estado, de 14%, é maior do que a média brasileira, de 11,2%, e dos 9% estimados para outros países.
O material mostra que o custo com logística é ainda mais pesado para alguns segmentos produtivos. Destaque para o setor da madeira (26% do faturamento), do material elétrico (22%) e da mecânica (22%). O estudo ouviu 55 empresas, que respondem por 20% do PIB industrial do Estado. As conclusões da pesquisa Custos Logísticos na Indústria Catarinense foram apresentadas ontem, durante evento da Fiesc que também analisou o panorama de infraestrutura.
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– Santa Catarina tem que investir muito em infraestrutura e logística, além de aumentar o uso de outros modais, como é o caso da cabotagem. Também enfatizamos a necessidade de um acompanhamento e um planejamento integrado dos investimentos – afirmou o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.
Durante o evento, foi apresentado o relatório do Grupo Paritário de Trabalho, criado pela ANTT para acompanhar a situação do trecho Norte da BR-101 e da BR-376. O documento reforça a importância da realização de obras de ampliação da capacidade da rodovia nas travessias urbanas.
Os dados mostram que SC recebeu, em 2014, 37% do total previsto para a infraestrutura de transportes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e no Orçamento Geral da União. Até junho deste ano, o repasse está em 0,09%.
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