Uma ombrada proposital do acusado na vítima na saída do banheiro. Depois, o ato de quebrar o copo na parede e em seguida golpeá-lo fatalmente no pescoço com a intenção de matar.

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A versão foi apresentada pela acusação no júri popular de Leonardo dos Passos Pereira, 21 anos, autor confesso da morte do estudante de engenharia da UFSC, Diogo Cuiabano de Medeiros, 26, na boate Fields, em Florianópolis, em março de 2015.

Levado a julgamento desde a manhã desta quinta-feira no Fórum do Centro, diante de um plenário lotado principalmente de estudantes, o réu ficou praticamente todo o tempo cabisbaixo diante da manifestação da acusação.

O advogado Giancarlo Castelan, assistente de acusação, pediu aos jurados uma resposta à sociedade e à família da vítima ao defender que o réu seja condenado por homicídio duplamente qualificado. Castelan exibiu na réplica um vídeo gravado pelo réu na boate naquela madrugada antes do crime em que ele afirma: ¿vou dar uma porrada no segurança, vou chapar¿.

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– O copo foi quebrado por ele (acusado) na parede antes do golpe com a intenção de lesionar. A ombrada antes foi proposital. O Diogo (vítima) saía do banheiro e ainda pediu desculpas. Foi um crime bárbaro, sem explicação para uma atitude inconsequente de um jovem feito a viver ao limite – disse o assistente de acusação sobre o réu.

O promotor Luiz Fernando Pacheco também afirmou que não foi uma fatalidade e que não existe qualquer situação de legítima defesa pelo réu.

A defesa

O advogado da defesa, Jean Franciesco Cardoso Guiraldelli, começou os debates com a afirmação de que há muita coisa no processo que as pessoas não sabem e em seguida disse que uma testemunha mentiu e apresentou cinco versões do fato.

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– A acusação está perdida e quer condenar a qualquer custo para dar satisfação pela repercussão – declarou o defensor do réu.

O advogado de defesa afirmou que Leonardo estava doidão, bêbado e não lembra do que aconteceu naquele dia e que a vítima também estava alcoolizada.

– Os dois estavam alcoolizados e por reflexo ele (Leonardo) atingiu com o copo, não tinha a intenção de matar, foi uma reação – reforçou o advogado aos jurados.

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Após a réplica e tréplica, os jurados votarão na sala secreta pela condenação ou absolvição do réu. Ao final, o juiz Marcelo Volpato proferirá a sentença, cuja leitura está prevista para o começo da noite.

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