Um julgamento longo deve marcar o júri popular de Leonardo dos Passos Pereira, 21 anos, a partir das 9h desta quinta-feira no Fórum de Florianópolis. O réu é acusado de matar o estudante Diogo Cuiabano de Medeiros, 26, com um copo no banheiro da casa noturna Fields. A previsão é que a sentença saia até 20h.

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De acordo com a Vara do Tribunal do Júri, pelo menos quatro testemunhas deverão ser ouvidas em plenário, sendo que todas são de defesa arroladas por advogados do réu, e não há previsão de novo adiamento do julgamento. Em setembro, a primeira data prevista, o juiz Marcelo Volpato remarcou o júri por entender que havia necessidade de mais tempo para análise de laudo pericial. Volpato presidirá o júri.

O réu será interrogado depois das testemunhas. O julgamento prosseguirá com os debates entre acusação e defesa. Leonardo está preso desde o dia do crime (26 de março de 2015). No processo, a defesa dele é formada pelos advogados Isaac Matos Pereira e Jean Franciesco Cardoso Guiraldelli.

No feriado desta quarta-feira, a reportagem não conseguiu contato com os advogados do réu. Tudo indica que a defesa sustentará que o réu não tinha a intenção de matar a vítima e que não a conhecia. Nos autos, Leonardo alegou que estava levemente embriagado, que esbarrou despropositadamente, tendo a vítima esboçado reação negativa e como ela (vítima) portava algum objeto acabou a acertando por reflexo com um copo que quebrou em sua mão.

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Pela acusação atuará o promotor Luiz Fernando Pacheco — no processo constam o nome de quatro advogados da família da vítima como assistentes de acusação. O promotor pedirá a condenação do réu por homicídio qualificado. Para Pacheco, o crime teve motivação fútil, pois decorreu de um esbarrão entre a vítima e o denunciado, uma “situação manifestamente desproporcional entre a ação e o resultado do comportamento do agente delitual”.

Segundo a promotoria, a denúncia também salienta que a vítima não teve condições de se defender, já que foi atingida em uma região vital. A motivação fútil e a impossibilidade de defesa tornam o homicídio qualificado o que poderá acarretar uma pena maior ao acusado.

A polícia divulgou na época que Leonardo e Diogo se esbarraram na saída do banheiro da boate, por volta das 4h40min. Ainda conforme os policiais, Leonardo quebrou um copo e atingiu a garganta da vítima, que perdeu muito sangue e morreu no local antes da chegada da ambulância.

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Aos policiais, Leonardo apresentou a versão de que, ao se esbarrarem, Diogo teria feito um gesto de tirar algum objeto da calça e que então teria se assustado e desferido o golpe com o copo. A vítima era natural do Rio de Janeiro e cursava Engenharia Eletrônica na UFSC.