Anteriormente paralisadas de forma parcial, as atividades dos quatro Conselhos Tutelares de Florianópolis agora estão totalmente suspensas. O agravamento do estado de greve acontece desde a tarde da última terça-feira, 9, quando todos os telefones fixos e celulares dos 19 conselheiros foram bloqueados, conta a porta-voz do grupo de trabalhadores, Indianara Trainotti. A interrupção dos serviços de atenção à criança e ao adolescente na capital catarinense prestados pela categoria já dura 16 dias.

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— Nas sedes, hoje [quarta-feira] à tarde, vão ter os recepcionistas orientando, mas nós não vamos atender nada, nem plantão. A paralisação é total porque os nossos telefones foram bloqueados na segunda-feira e até agora — explica a conselheira.

Segundo Indianara, além da questão dos telefones fixos e móveis, outras quatro reivindicações dos conselheiros ainda não foram atendidas pela prefeitura de Florianópolis. A categoria pede a contratação de um administrativo e dois notificadores, inclusão do adicional por risco de vida na folha de pagamento de três conselheiros (que, diz Indianara, não recebem há pelo menos 1 ano e três meses), além da valorização profissional.

Na tarde de terça-feira, o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), órgão que fiscaliza os Conselhos Tutelares, decidiu por unanimidade em determinar que os conselheiros retornem ao trabalho imediatamente.

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O que diz a prefeitura

Em nota, a prefeitura de Florianópolis comunica que recebeu por meio da Secretaria de Assistência Social todas as fichas pontos preenchidas por completo pelos 19 conselheiros tutelares que estão paralisados. A situação, segundo a administração pública, está em análise pela administração pública para que as medidas legais sejam providenciadas. A gestão do município afirma que os conselheiros divulgam paralisação parcial e total desde meados de abril, mas assinaram a folha ponto referente ao mês com o horário integral da jornada de trabalho.

Apesar de não ter comentado a questão dos telefones no comunicado, a secretária de assistência social, Katherine Schreiner, diz que “a prefeitura está atendendo todos os pedidos que estão ao seu alcance, principalmente para não prejudicar a sociedade”.

— Nos causou grande estranheza os documentos preenchidos. Já busquei a procuradoria para que nos dê um parecer jurídico no ocorrido. Infelizmente, esse é mais um dos equívocos cometidos pelos conselheiros, o que agrava ainda mais a negociação.

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A conselheira Indianara Trainotti, por sua vez, rebate a afirmação da secretária.

— Todos os conselheiros estavam nas suas sedes e cumprindo os horários todos os dias. Todos de plantão, menos ontem, devido à questão do celular. Por isso, assinamos a ficha — justificou.

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