Passados dez dias, os quatro Conselhos Tutelares de Florianópolis seguem com as atividades paralisadas parcialmente na Capital: apenas casos graves (como agressão e abusos cometidos contra crianças e adolescentes) estão sendo atendidos. Sem respostas para algumas reivindicações, enviadas em abril para a Secretaria de Assistência Social, eles procuraram na tarde desta quinta-feira o prefeito Gean Loureiro, diretamente em seu gabinete. Nem ele ou outros responsáveis estavam disponíveis para atendê-los, e um ofício solicitando uma reunião com urgência foi protocolado, informou a porta-voz do grupo de trabalhadores, Indianara Trainotti.
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O Conselho apresentou um dossiê de reivindicações para melhorias no quadro de pessoal, material e salarial. Três dos nove trabalhadores, segundo Indianara, não ganham 30% de risco de vida no salário. Outro pedido é mais um assistente administrativo e um conselheiro tutelar temporário. Florianópolis deveria ter 20 conselheiros, mas como uma está em licença-maternidade. E não há suplentes.
Outro pedido é em relação a uma nova negociação salarial. De acordo com pesquisa dos conselheiros, os profissionais de Floripa têm um dos menores salários entre as principais cidades catarinenses. Eles ganham em torno de R$ 2,7 mil, e conselheiros de São José, por exemplo, chegam ao salário de R$ 3,7 mil.
Entre as demandas atendidas, contou Indianara, dois carros do Conselho que estavam no conserto foram devolvidos e uma impressora foi emprestada para a entidade.
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Contraponto
A secretária de Assistência Social, Katherine Schreiner, informou nesta quinta-feira que a maioria das reivindicações feitas pelos conselheiros já foi atendida. Entre elas estão carros e motoristas em todos os conselhos, impressora, mais um atendente no norte da Ilha, cuja contratação foi feita, segundo ela, e início ao processo de escolha de novos conselheiros. Sobre carreira e salários, a secretária solicitou um documento para que seja feita a análise e criação de um possível projeto de lei.
— Não conseguimos entender a questão de dois notificadores. É um cargo que não existe na prefeitura, então não posso nomear, e não tenho os servidores que estão cobrando. Hoje a prefeitura não pode mais chamar ninguém em concurso e reduziu drasticamente os terceirizados — explicou a secretária.
Outro ponto não atendido é em relação ao pagamento de adicional de periculosidade para três conselheiros.
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— Não conseguimos atender porque há outros pedidos semelhantes na Secretaria de Administração. Não posso furar fila nem comprometer pagamento. Atendi tudo que podia ser feito. Mais do que isso eu acabaria cometendo alguma irregularidade — justifica a secretária.