Os conselheiros tutelares de Balneário Camboriú e Camboriú, além dos integrantes do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da região, vão começar a usar a partir desta sexta-feira uma camiseta com o rosto do menino Ícaro Alexandre Pereira, que desapareceu no dia 9 de fevereiro. A intenção é fazer com que o caso não caia no esquecimento.
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– É uma situação muito triste e com essa ação queremos começar um trabalho para tentar obter mais informações sobre o que aconteceu com o menino. Recebemos apoio de várias pessoas e a ideia é que isso se propague para conseguirmos uma resposta sobre o desaparecimento – afirma o conselheiro tutelar Manoel Mafra.
Enquanto isso, a Polícia Civil continua sem pistas do paradeiro da criança e, na semana passada, a Divisão de Investigações Criminais (DIC) encerrou as diligências sobre o caso. O delegado Rodolfo Farah diz que aguarda a perícia do quarto da criança para finalizar o relatório para a Delegacia da Mulher.
– As diligências que precisavam ser feitas para tentar definir as circunstâncias do crime já se encerraram, não há nada para ser feito de novo. O que já foi iniciado deve ser analisado e relatado. Quando nós dizemos que a participação da DIC encerrou, é simplesmente no sentido de que nossa parte até agora foi concluída. Não há mais o que ser analisado, exceto se surgirem novos indícios – explica.
Segundo Farah, caso o laudo pericial confirme algum elemento novo a DIC pode repetir diligências anteriores. Porém, se os exames não apresentarem novidades, somente uma nova solicitação da Delegacia da Mulher pode fazer a divisão voltar ao caso.
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– Se o Instituto Geral de Perícias concluir que os indícios biológicos são do Ícaro isso simplesmente vai permitir que a gente conclua que houve algum tipo de violência dentro do quarto. Não necessariamente que essa perícia vai indicar um culpado ou definir o que aconteceu -avalia.
O delegado afirma que o padrasto do menino continua sendo suspeito do desaparecimento. No entanto, não há nenhum elemento que comprove a responsabilidade dele pelo sumiço. A Delegacia da Mulher informou que vai aguardar o relatório da DIC para finalizar o inquérito do caso. Se houver novas informações a investigação irá apurar.
O sumiço
Ícaro desapareceu de casa no dia 9 de fevereiro, feriado de Carnaval. Ele teria ficado sozinho no apartamento da família, na Rua 3.450, no Centro, enquanto os pais trabalhavam e, ao voltarem para casa, não encontraram o filho. O sumiço foi notado por volta das 18h. A família veio de São Paulo para o litoral há seis meses e o menino conhece pouco as ruas da cidade. No dia do desaparecimento Ícaro vestia uma camisa pólo verde, uma bermuda quadriculada azul e branca e um chinelo do Homem-Aranha.
Para a Polícia Civil, a criança não teria conseguido sair de casa sozinha, pois o prédio possui grades e segurança. Vizinhos também não notaram a presença do menino no imóvel no dia do desaparecimento.
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De acordo com o delegado, câmeras de monitoramento nos arredores do bairro e em outros pontos da cidade foram analisadas, mas não trouxeram novidades ao caso. A polícia também investigou a possibilidade da disputa pela guarda da criança com o pai biológico ter sido o motivo do desaparecimento, mas não confirmou essa hipótese.
A família de Ícaro acredita que o menino esteja vivo e, por isso, ofereceu uma recompensa de R$ 10 mil para quem tiver informações concretas sobre sua localização. Por enquanto, não houve contato sobre o caso.