O padrasto do menino Ícaro, de sete anos, que está desaparecido desde fevereiro em Balneário Camboriú, deixou o Presídio da Canhanduba à meia-noite desta segunda-feira, em Itajaí. Alois Gebauer passou boa parte da madrugada conversando com o advogado, Frederico Gebauer, sobre os 30 dias que passou na prisão. Ele continua afirmando inocência.

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_ Ele está muito abalado, não entende o motivo por que foi preso _ diz o advogado.

Frederico ressaltou que Alois perguntou a um amigo sobre o tempo de decomposição de um corpo _ questionamento que teria embasado a prisão temporária _ porque estava “em desespero”, e preocupado “que a investigação estivesse demorando muito, e não houvesse mais como identificar o culpado”, de acordo com o advogado.

A pergunta reforçou a tese de que o menino esteja morto e apontou as suspeitas da polícia sobre o padrasto.

Por orientação da defesa, Alois está em casa de parentes. O advogado quer evitar a exposição do padrasto e diz que o endereço já foi informado à polícia.

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– Ele continua à disposição das investigações – afirma Frederico.

O advogado acredita que a prisão do cliente foi “precipitada”:

– Prisão tem que ser exceção, a última hipótese – diz.

A polícia ainda não tem pistas sobre o paradeiro de Ícaro. Na semana passada, policiais da Delegacia de Desaparecidos do Estado fizeram buscas na região da Santur, no Bairro dos Estados, com o auxílio de um cão farejador dos Bombeiros. Mas não encontraram nenhum sinal do menino.

A família de Ícaro acredita que o menino esteja vivo e, por isso, ofereceu uma recompensa de R$ 10 mil para quem tiver informações concretas sobre sua localização.

O sumiço

Ícaro desapareceu de casa no dia 9 de fevereiro, feriado de Carnaval. Ele teria ficado sozinho no apartamento da família, na Rua 3.450, no Centro, enquanto os pais trabalhavam e, ao voltarem para casa, não encontraram o filho. O sumiço foi notado por volta das 18h. A família veio de São Paulo para o litoral há seis meses e o menino conhece pouco as ruas da cidade. No dia do desaparecimento Ícaro vestia uma camisa pólo verde, uma bermuda quadriculada azul e branca e um chinelo do Homem-Aranha.

Para a Polícia Civil, a criança não teria conseguido sair de casa sozinha, pois o prédio possui grades e segurança. Vizinhos também não notaram a presença do menino no imóvel no dia do desaparecimento.

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De acordo com o delegado, câmeras de monitoramento nos arredores do bairro e em outros pontos da cidade foram analisadas, mas não trouxeram novidades ao caso. A polícia também investigou a possibilidade da disputa pela guarda da criança com o pai biológico ter sido o motivo do desaparecimento, mas não confirmou essa hipótese.

Outras quatro denúncias sobre o possível paradeiro de Ícaro também foram apuradas e descartadas.