Cada segundo é como se fosse triplicado durante um sequestro. A afirmação do delegado responsável pela delegacia da Divisão Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Anselmo Cruz, reflete o início e o fim de uma operação que durou cinco dias com 12 policiais envolvidos. Ao serem acionados para atender a ocorrência a Polícia Civil de Ilhota e a Deic de Florianópolis começaram a montar um quebra-cabeças de cada passo dos sequestradores logo após o garoto Angelo Antonio ter sido levado. O trabalho foi ininterrupto. Durante a investigação nenhum policial dormiu mais do que três horas por dia e as viaturas rodaram mais de mil quilômetros a fim de buscar a fidedignidade das informações recebidas.
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– Extremamente desgastante, mas o trabalho foi permanente para colher todos os elementos e chegar a esse desfecho – confessa Cruz.
Cada integrante da polícia teve uma ação fundamental no sucesso da operação. A partir de investigação com mais de 30 pessoas, imagens de câmeras e informações sobre veículos, a Polícia Civil chegou a Rosicleide Rodrigues, 32 anos, e a Peterson da Silva Machado, 30, casal que planejava o crime há 10 dias.
De acordo com o delegado da Deic, o casal monitorou a vida da família de Ilhota pelas redes sociais e pelo contato que Rosicleide tinha com pessoas do ramo têxtil. Eles contaram com a ajuda de outro casal de Penha – ainda não identificado – que foi junto com Peterson à cidade raptar o garoto e levá-lo a Penha, na quinta-feira à noite. Primeiramente a Polícia Civil descobriu que Rosicleide estava envolvida no crime.
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A partir deste momento, os policiais começaram a monitorar Peterson, foragido de um presídio no Sul do Estado e tinha quatro mandados de prisão em aberto. O paraense foi localizado ontem de manhã em Brusque, quando estava prestes a comprar um veículo para fugir com a esposa.
– Não me matem, eu conto tudo – falou ele aos policiais quando foi abordado.
Segundo o delegado de Gaspar, Egidio Ferrari, o mentor do sequestro informou onde era o cativeiro e avisou também que o casal que cuidava de Angelo estava armado, no primeiro piso de um sobrado alugado em Penha. Houve troca de tiros com os policiais e os dois morreram durante o confronto. O garoto de nove anos foi encontrado no segundo andar, trancado em um quarto:
– Foi uma situação bem inusitada. Quando entramos dentro do quarto onde estava, ele estava bem assustado com a situação. A primeira coisa que ele falou foi: “quero ser policial”. Foi mais do que gratificante. Foi emocionante ao extremo – conclui Cruz.
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Rosicleide foi encontrada em uma casa em Barra Velha, onde ela se preparava para fugir juntamente com Peterson. O casal foi encaminhado à Deic, em Florianópolis.
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