A foto de Natan Felipe Vieira, assassinado aos 17 anos, vai ficar na grade da frente da escola estadual Gertrudes Benta Costa, no bairro Petrópolis, na zona Sul de Joinville. Os cartazes com as imagens do garoto e frases pedindo pelo fim da violência foram deixados por pais, professores e alunos após a manifestação que parou a avenida Paulo Schroeder por cerca de 15 minutos na manhã desta terça-feira.

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– Não podemos ficar calados. Sentimos muito e queremos conscientizar a comunidade. Essa violência tem de parar – disse o diretor da escola, Mauri Matos de Freitas.

Adolescente morto ao sair da escola em Joinville não tinha registros criminais

Natan foi morto com cinco tiros quando saiu da aula na manhã de segunda-feira. Foi o segundo estudante matriculado na escola assassinado desde o começo de setembro. No desfile de 7 de Setembro, os alunos, professores e pais já haviam feito uma manifestação em homenagem ao adolescente David Moyses dos Santos, de 16 anos, que foi assassinado no começo do mês. Segundo o diretor, no começo do ano, outro adolescente, que já não estudava na escola, também foi assassinado no bairro.

– Essa situação tem sensibilizado muito os pais, os professores. Está todo mundo chocado. A gente não imagna que pode acontecer tão perto. É um gesto simples. Mas significativo. A violência não é um problema da nossa escola. É de Joinville. A diferença é que não nos calamos – disse o diretor.

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Alguns alunos foram à manifestação vestidos de preto. Cartazes, fotos e balões brancos também fizeram parte da manifestação, que foi acompanhada de perto por policiais militares que trabalham na zona Sul.

A manifestação é apenas uma das atividades que serão realizadas como uma espécie de apelo pela paz. As fotos de David e Natan ficarão expostas no pátio interno da escola nas próximas semanas e várias atividades em sala de aula lembrarão a importância da valorização da vida e da paz, dentro e fora da escola.

Quando a manifestação foi encerrada, dezenas de estudantes e professores foram para o velório de Natan, que ocorreu na Associação dos Moradores do loteamento Nossa Senhora Aparecida, que por muitos anos ficou conhecido como Morro da Formiga.

– A gente não entende o que aconteceu. Isso tem de acabar – disse o padrasto Donizete Garcia Gonçalves.

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