Uma briga ainda sem explicação para a polícia e para os familiares de Natan Felipe Vieira, de 17 anos, terminou com a morte do adolescente na manhã desta segunda-feira, na zona Sul de Joinville. Natan foi assassinado a tiros logo depois de sair da escola Gertrudes Benta Costa, no bairro Petrópolis.

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O corpo dele ficou estendido ao lado de um riacho, entre as ruas dos Jornalistas e Manoel de Souza. Ao lado dele, a mochila com todo o material escolar. O celular e os documentos também estavam intactos. Inconformados, a mãe, o padrasto, o irmão e a namorada ficaram mais de uma hora sentados no gramado em frente ao corpo.

– Ele não tinha envolvimento com nada de ruim. Não tem explicação – dizia o padrasto, Donizete Garcia Gonçalves.

A polícia, os professores da escola e os vizinhos confirmam que Natan não tinha histórico de envolvimento com drogas, nem passagens pela polícia, diferentemente de outras mortes recentes de adolescentes em Joinville.

A hipótese mais provável, investigada pela Polícia Militar assim que o corpo foi encontrado, é a de uma briga na frente da escola, na avenida Paulo Schroeder. Natan teria se desentendido com outros jovens que não estudam na escola e estaria marcado para morrer. Um garoto de 16 anos foi encaminhado para a Divisão de Homicídios para ser ouvido pela polícia civil na tarde desta segunda-feira. Ele negou a autoria, mas uma testemunha ocular do crime o identificou como suspeito. A polícia ainda ouvirá mais testemunhas.

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Uma adolescente que presenciou a morte disse aos policiais que viu o momento em que Natan correu pela rua até uma ponte de madeira. Em vez de correr em direção à rua Manoel de Souza, ele entrou no final da rua Bertholdo Correia, um beco que fica ao lado de um riacho.

Quem tiver informações e quiser denunciar, pode ligar para o Disque Denúncias (181) ou enviar mensagem para a página da Delegacia de Homicídios no Facebook. As informações serão mantidas em sigilo.

“É um absurdo”, diz diretor de escola

A morte de Natan é a segunda entre alunos da escola Gertrudes Benta Costa em menos de um mês. Os alunos, professores e pais já haviam feito uma manifestação no desfile do dia 7 de Setembro, em homenagem ao adolescente David Moyses dos Santos, de 16 anos, que foi assassinado no começo do mês.

O desfile da escola emocionou as milhares de pessoas que foram assistir ao desfile na avenida Beira-rio.

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– É um absurdo. A gente se sente impotente. Precisamos da ajuda da comunidade. Por isso queremos fazer uma nova manifestação pela valorização da vida – disse o diretor Mauri Matos de Freitas, que passou boa parte da tarde reunido com a Gerência de Educação, na Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Joinville.

Um ato pela paz e pela vida foi marcado pela Escola Gertrudes Benta Costa para ocorrer às 8h30 desta terça-feira. Natan foi o 12º morador de Joinville com menos de 18 anos a ser morto apenas em 2016.