Sem ônibus do sistema de transporte público por pelo menos uma semana, empresários e lojistas de Blumenau ainda avaliam como garantir as viagens de ida ao trabalho e volta para casa dos funcionários. Representantes dos setores, que já sofreram com a suspensão do serviço durante a greve de 13 dias em dezembro, entendem que era insustentável tentar manter o sistema da maneira que estava, mas lamentam que, mesmo com a decisão, a comunidade volte a sofrer para se deslocar.
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Presidente Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, Hélio Roberto Roncaglio, lembra que no fim do ano alguns lojistas agendaram corridas de táxi para os funcionários e, assim, conseguiram garantir o funcionamento dos estabelecimentos. Já outros optaram por contratar motoristas particulares e até, dependendo do número de colaboradores, fretaram vans.
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– Foi uma saída, mas isso gerou um alto custo para os empresários, que já tinha pago o vale-transporte daquele mês. Sem contar que é um transtorno para os próprios trabalhadores, que acabam tendo que adaptar os horários por conta das caronas – conta.
Roncaglio, que reconheceu como positiva a iniciativa do poder público em declarar a caducidade do contrato de concessão com o Consórcio Siga, adianta que uma reunião entre representantes de entidades locais e do poder público deve ocorrer nesta segunda-feira, às 14h, na prefeitura, para discutir e alinhar como as empresas que já pagaram o vale-transporte deste mês devem agir.
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Também favorável a decisão do prefeito Napoleão Bernardes, o vice presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Avelino Lombardi, defende que a vontade das partes não pode prevalecer sobre a comunidade trabalhadora e estudantil, como vinha acontecendo. Para ele a incerteza que pairava sobre o município com as constantes paralisações do transporte atinge não só as empresas, mas a população como um todo.
– Esperamos que dessa decisão venha um serviço mais qualificado e que trabalhadores e estudantes não sejam mais prejudicados, como foi até agora – diz.
Sem um plano de ação traçado com os associados para garantir o funcionamento de empresas e lojas durante a semana, Lombardi revela que, desde dezembro, empresários já relatavam a dificuldade de manter a produção e cumprir prazos com clientes:
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– Acredito que a gestão desse serviço (transporte público) deve ser ponderado com um pouco mais de responsabilidade. Precisamos de um sistema que funcione. As empresas estão cansadas de pagar conta extra. Nosso compromisso é com o cliente e não podemos simplesmente deixar de atender nossas demandas porque o funcionário não tem ônibus – critica.
Reprensentantes do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex) também foram procurados pela reportagem para comentar o assunto, mas até o fechamento desta edição ninguém retornou às ligações.
Corridas de táxi devem ser solicitadas com antecedência
Como ocorreu durante a greve em dezembro, nesta semana, com a ausência total dos ônibus em Blumenau, as corridas de táxi devem se tornar uma das alternativas para os usuários do transporte coletivo. Segundo Claudio Koch, presidente da Coopertáxi, cooperativa que mantém o rádio-táxi em Blumenau, as corridas devem aumentar nesta semana para os 184 veículos que atendem a demanda de Blumenau:
– Em dezembro o número de corridas cresceu bastante por conta da instabilidade do transporte coletivo. Acredito que as pessoas procurem os táxis, mas é bom lembrar que é preciso solicitar a corrida com antecedência para não ficar esperando por muito tempo. Como a demanda aumenta é preciso de programar – alerta.
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Em dezembro, quando a greve do sistema durou 13 dias, a cooperativa calculou 8 mil corridas a mais ao longo do mês na comparação com 2014. Ao todo, foram 27 mil viagens. Outra opção para quem depende do transporte coletivo são as caronas solidárias. A prática, citada pela própria prefeitura como alternativa durante este período, ganhou força através das redes sociais durante o fim de semana.